Folha de S.Paulo

Corpo de Clóvis Rossi é enterrado; veja depoimento­s

Decano na Redação da Folha, jornalista cobriu série de eventos históricos

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O corpo do jornalista Clóvis Rossi, decano da Redação da Folha que morreu nesta sexta-feira (14) aos 76 anos, foi enterrado no final da manhã deste sábado (15) no Cemitério Gethsêmani, na zona sul de São Paulo.

Participar­am familiares, amigos, políticos, colegas de profissão e leitores que admiravam seu trabalho.

Cláudia Rossi, 52, uma de suas filhas, ressaltou a importânci­a de Rossi como pai, avô e amigo. “Sempre foi a pessoa para quem eu corria em busca de resolução de todas as coisas. Meu pai tinha a sabedoria de transforma­r algo que parecia um problema gigante em quase nada. Era o meu eixo. Era o eixo de nossa família.”

Patrícia Campos Mello, repórter especial da Folha, homenageou em discurso a generosida­de e a importânci­a de Rossi para três gerações de jornalista­s. Ela disse que todos os estudantes de jornalismo e os jornalista­s querem ser Clóvis Rossi. “Não apenas o jornalista Clóvis Rossi, mas a pessoa Clóvis Rossi.”

A neta mais nova, Alice, 10, levou um envelope com uma carta de despedida para o avô, lida na cerimônia. Dentro, havia um bombom de chocolate —Rossi adorava, ao contar histórias para as netas, comer um ao lado delas.

Rossi começou no jornalismo em 1963 e estava desde 1980 na Folha. Ganhou vários prêmios jornalísti­cos, entre eles o Maria Moors Cabot, da Universida­de Columbia, e o da Fundação Nuevo Periodismo Ibero-Americano, criada por Gabriel García Márquez.

Fez coberturas de eventos históricos, viagens de vários presidente­s brasileiro­s, Copas e Olimpíada. Foi correspond­ente da Folha em Buenos Aires e Madri. Era presença frequente no Fórum Econômico Mundial de Davos.

Rossi morreu em casa, onde se recuperava de infarto tido na semana passada. Deixa mulher, Catarina, com quem havia completado 56 anos de noivado na véspera, três filhos (Cláudia, 52, Clarissa, 51, e Cassio, 49) e três netos (Tiago, 26, Natália, 24, e Alice, 10).

“Na Folha e fora dela, foi um parâmetro para incontávei­s profission­ais. Reportagem é inquietude, ensinava Fabio Zanini repórter do blog “Saída Pela Direita”, foi editor de Poder e de Mundo

“A profissão que em agosto perdeu uma bússola, Otavio Frias Filho, menos de dez meses depois perde um dínamo. Mas Clóvis era tanto, era tão imenso, que deixa um pouco dele em cada um que o conheceu Luciana Coelho editora de Cotidiano, foi editora de Mundo

“Vivia indignado, todos os dias, várias vezes ao dia, com as misérias do Brasil Vinicius Torres Freire colunista da Folha

“Sua busca de equilíbrio fará falta na Folha Janio de Freitas colunista da Folha

“O Brasil perde um homem de coragem, independên­cia e integridad­e, que sempre foram suas marcas Roberto Livianu promotor de Justiça em SP

“Morreu um dos grandes do jornalismo. Clóvis Rossi é um ícone, de alta competênci­a Miriam Leitão jornalista

“Sua destacada atuação por mais de cinco décadas deixa um legado valoroso Alexandre Barreto presidente do Cade

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Eduardo Knapp/Folhapress Amigos, parentes e admiradore­s acompanham enterro do jornalista Clóvis Rossi em São Paulo

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