Notre-Dame celebra primeira missa depois de incêndio
O arcebispo de Paris, Michel Aupetit, celebrou na tarde deste sábado (15) a primeira missa na Catedral de Notre-Dame, na capital francesa, desde o incêndio que a destruiu parcialmente há dois meses.
De acordo com a diocese parisiense, a cerimônia não foi aberta ao público por razões de segurança, mas foi transmitida ao vivo por uma emissora francesa. Quem compareceu ao evento teve de usar capacete de segurança devido às obras de restauração no local.
“Com muita emoção, estamos aqui para celebrar a consagração nesta catedral”, disse o arcebispo Michel Aupetit.
“É uma mensagem de esperança e um agradecimento a todos aqueles que se comoveram com o que aconteceu”, completou o religioso, afirmando também que foi “um pouco estranho” celebrar uma missa usando um capacete.
Cerca de 30 pessoas, a metade delas sacerdotes, assistiram à missa de uma hora de duração, que começou às 18h locais (13h de Brasília) na capela localizada atrás do coro, um lugar onde está garantida a segurança.
O incêndio da catedral, patrimônio mundial da Unesco, aconteceu em 15 de abril e consumiu o telhado da construção na capital francesa.
A igreja, o monumento histórico mais frequentado da Europa, abrigava cerca de 1.500 pessoas que assistiam a uma missa recém-iniciada quando uma fumaça cinza e alaranjada começou a se desprender das vigas de sustentação do edifício. A multidão foi conduzida para fora sem incidentes.
Imagens divulgadas um mês após a tragédia mostravam o interior da igreja com redes de proteção, andaimes e máquinas para a retirada de destroços.
No início de maio, a Assembleia Nacional (equivalente à Câmara dos Deputados no Brasil) aprovou um projeto de lei que fixa o prazo de cinco anos para a conclusão da obra —como havia dito querer o presidente francês, Emmanuel Macron, logo após o incidente.
Assim, o novo templo seria entregue a tempo das Olimpíadas de Paris, que começam no fim de julho de 2024.
Outro aspecto sobre NotreDame envolve o quão nova ela deve ser. Macron afirmou ser partidário de um “gesto arquitetônico contemporâneo” para repensar a “flecha”, que desapareceu na noite de 15 de abril.
Um dos símbolos de Notre-Dame, a Agulha (Flèche, em francês), torre fina e pontiaguda de 93 metros de altura, foi tragada pelo fogo. Sua queda deixou um rombo em algumas abóbadas.
Além da flecha, a área destruída incluía também um “esqueleto” de 1.300 vigas de carvalho que sustentava o telhado de chumbo.
O governo logo anunciou o lançamento de um concurso internacional de projetos.
Mas um bloco ruidoso de deputados e de arquitetos bate o pé para que o prédio seja reconstruído exatamente como era. A igreja de Notre-Dame levou quase dois séculos para ser erguida (de 1163 até meados do século 14) e une estilos românico e gótico.
Porém, menos de 10% dos 850 milhões de euros (cerca de 3,7 bilhões de reais) anunciados como doações por bilionários, empresários e outros líderes para a recuperação foi recebido até o momento, segundo autoridades francesas.