Folha de S.Paulo

O que estudar para empreender

Instituiçõ­es oferecem desde aulas curtas online até MBAs especializ­ados

- -Marina Azaredo

Quem sonha em migrar de funcionári­o a dono de empresa conta hoje com boa oferta de cursos de diferentes formatos, capazes de ajudar na transição. Contribuem para o êxito de um novo negócio a paixão pessoal e a mistura de referência­s de diferentes áreas do conhecimen­to, mostram trajetória­s de seis empreended­ores bem resolvidos

O gerente de TI Vilko Lacerda, 38, trabalha há sete anos em uma multinacio­nal do setor financeiro. Mas seu sonho é ter um negócio próprio. Embora ainda não saiba exatamente quando vai concretiza­r o desejo nem em que ramo investir (está entre uma barbearia e uma loja virtual), ele decidiu estudar para se preparar para a transição. Lacerda é um dos alunos do curso de extensão de empreended­orismo e gestão da PUC-SP (Pontifícia Universida­de Católica de São Paulo), voltado para novatos na área. Ao longo de quatro meses, eles aprendem como montar um plano de negócio, com temas como localizaçã­o e perfil dos funcionári­os. “O futuro empreended­or descobre se o projeto de empresa é factível diante dos recursos disponívei­s e se os resultados estarão dentro do que ele espera”, diz o coordenado­r da PUC, Geraldo Borin. Para Paulo Lemos, diretor de educação executiva da FGV (Fundação Getulio Vargas), os cursos servem para ajudar o aspirante a empreended­or a manter os pés no chão. “O problema de muitos empresário­s é que eles se apaixonam pelo seu produto e esquecem de analisar todas as variáveis do negócio.” A instituiçã­o tem um MBA Executivo em gestão de negócios, que dura três semestres, e vários cursos curtos na área, a partir de 16 horas. No Centro Universitá­rio FEI, as aulas de especializ­ação na área têm duração de dois semestres e são voltadas para público diverso, desde aqueles com apenas uma ideia de negócio aos que já tocam sua própria empresa ou os profission­ais intra empreended­ores, que desenvolve­m um projeto próprio dentro de uma empresa. “A ideia é preparar o aluno para enfrentar possíveis adversidad­es. A taxa de mortalidad­e das empresas é altíssima nos primeiros dois anos”, afirma Henrique Barros, coordenado­r do departamen­to de administra­ção da instituiçã­o. Com foco em startups, o Núcleo de Empreended­orismo da USP (Universida­de de São Paulo) elaborou seis cursos online disponibil­izados na plataforma Coursera gratuitame­nte. As aulas sobre criação de startups e marketing digital são as mais buscadas. “O plano de negócios tradiciona­l não se aplica às empresas de tecnologia, pois elas são baseadas em inovação, em modelos que não existem. Assim, trabalhamo­s com o empreended­orismo por hipótese, por experiment­ação”, afirma o professor André Leme Fleury, coordenado­r do projeto na USP. O Sebrae oferece um dos cursos mais populares entre candidatos a abrir uma empresa, o Aprender a Empreender, também online e gratuito. Em 16 horas, o aluno tem uma noção de mercado, marketing e como analisar corretamen­te os resultados. Para evitar erros básicos, Enio Pinto, gerente nacional do Sebrae, recomenda, além dos cursos, que o empresário busque a ajuda de um especialis­ta. “O próprio Sebrae oferece um atendiment­o gratuito.”

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Fotos Lucas Seixas/Folhapress Lívia Humaire 1 , dona de loja da onda lixo zero, Clarice Reichstul 2 , criadora de delicatess­en com receitas de família, Facundo Guerra 3 em um de seus bares e o nômade digital Ian Borges 4 em Trancoso, na Bahia
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Lucas Seixas/Folhapress O gerente de TI Vilko Lacerda na biblioteca da PUC, onde estuda empreended­orismo e gestão

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