Fenômeno das carreiras múltiplas cresce na era digital
Profissionais com competências e experiências diversificadas têm boas oportunidades de expandir sua atuação
Empresária aplicou ideias do movimento lixo zero em casa antes de abrir uma loja com produtos para reduzir resíduos
para isso”, diz ele. Hoje, Carvalho empreende e é cofundador de uma startup, a Labora, onde desenvolve uma plataforma para conectar pessoas acima de 50 anos a posições de trabalho que envolvem tecnologia. Alexandre Attauah, gerente sênior de recrutamento da Robert Half, lembra que o fenômeno das carreiras múltiplas também compreende a realização de duas ou mais atividades de forma paralela. “Vejo um movimento em que as pessoas começam a tomar coragem para transformar um hobby em profissão. Tem um componente de realização pessoal, mas também de ajuda financeira”, diz. É o caso do engenheiro Danilo Piccolo, 38. Diretor de uma empresa que desenvolve projetos de engenharia industrial, ele também atua como professor universitário. “Consigo praticar os conceitos que eu ensino e trazer da prática experiências a serem divididas com os alunos.” Ao exercer várias carreiras, o profissional fica mais interessante para o mercado, porque sinaliza criatividade e a possibilidade de contribuir com mais empresas, diz Vazquez. “O RH hoje recruta olhando para um ambiente em constante mudança, e precisa trazer pessoas para funções que ainda nem sabemos quais são”, afirma. Na era da indústria 4.0, em que as tecnologias permitem a integração dos mundos físico e digital e os empregos formais diminuem, aumenta o espaço para a atuação em múltiplas frentes. Profissionais com competências diversificadas podem trabalhar em diferentes projetos. “É o fenômeno das carreiras múltiplas. A pessoa tem uma formação inicial e vai desenvolvendo competências, de forma a expandir suas possibilidades de atuação”, diz Marcia Vazquez, gestora de capital humano na Thomas Case & Associados, consultoria de gestão de carreiras. Isso pode ser feito de diversas formas: por meio de pósgraduação, cursos livres, programas de coaching e até via participação em grupos de estudo e profissionais. O neurocientista Gabriel Camargo de Carvalho, 27, já esteve em três frentes distintas de carreira. Enquanto cursava a graduação, na Universidade Federal do ABC, foi trainee em um estúdio de comunicação, onde exercia a função de produtor criativo. Posteriormente, ainda na mesma empresa, enveredou para a área de ciência de dados. “Percebi uma demanda para medição e gestão de dados e, de certa maneira, minha formação me dava as condições