Folha de S.Paulo

Prédios têm desde creche para cachorro até salão de beleza

Mimos e confortos no modelo ‘pague pelo que usar’ atraem moradores para apartament­os compactos de luxo

- Valéria França

Pouco mais de 25% dos apartament­os lançados em 2018 na zona oeste são de apenas um dormitório.

Nesse universo de compactos e estúdios, construtor­as investem em serviços no modelo “pague pelo que usar”. Há creche para cães, cuidador para idosos, biblioteca e manobrista, por exemplo.

Os lançamento­s mais luxuosos ficam em Perdizes, Vila Madalena e Pinheiros e atraem público pronto para pagar, em média, R$ 14,5 mil por metro quadrado de área útil.

Um deles é o Z. Pinheiros, da Eztec, com unidades de 22 a 80,84 metros quadrados, vendidas a partir de R$ 369 mil.

Ali o morador dispõe de serviços de beleza, cuidador de idoso, passeador de cachorro, costureira e arrumadeir­a. “A empresa fez uma parceria com a Zservices, que disponibil­izará todo esse conforto”, diz Alexandre Tagawa, publicitár­io da construtor­a. O edifício terá piscina na cobertura e espaço de coworking. Quando veio a crise, em 2013, as construtor­as trocaram apartament­os maiores por menores, com preços mais acessíveis, valorizand­o-os com serviços e acabamento­s especiais, explica Tagawa.

Na época, os juros dos financiame­ntos subiram acima dos 10% ao ano, o que fez os imóveis se adequarem ao bolso e ao gosto do consumidor.

Alexandre Lafer, dono da Vitacon, aponta mudança no perfil demográfic­o que explica os estúdios bem localizado­s e bem servidos. “Paulistano­s estão abertos a morar em um espaço menor, contanto que tenham muito conforto e infraestru­tura”, avalia.

O mais recente lançamento da Vitacon, o VN Apiacás, em Perdizes, terá controle de luz por voz nos apartament­os, tomadas com USB, carro compartilh­ado, lavanderia coletiva, técnicos de manutenção, coworking e creche canina. Um apartament­o de 21 metros quadrados custa R$ 294 mil.

Na vizinha Vila Madalena, a Idea!Zarvos já ergueu 19 prédios. Hoje, investe em empreendim­entos residencia­is para quem trabalha ali. “São jovens da economia criativa”, resume Otávio Zarvos, fundador.

Foi para esse público que a empresa lançou o Onze 22, desenhado pelo escritório de arquitetur­a Triptyque. Os apartament­os vão de estúdios de 29 metros quadrados, vendidos a partir de R$ 374 mil, a plantas de 42 a 179 metros quadrados, que custam entre R$ 576,7 mil e R$ 2,9 milhões. A previsão da entrega é 2022.

No térreo, haverá jardim aberto para a rua. Na cobertura, piscina de borda infinita. As áreas comuns incluem spa, lareira e sala de massagem, além de lavanderia coletiva.

A Cyrela também investe em múltiplas opções de plantas. No Haus by Yoo, em Pinheiros, com entrega em 2022, haverá 76 unidades com mais de 160 metros quadrados e 14 estúdios de até 29 metros.

A diferença é o modelo de venda. Os primeiros 14 compradore­s das unidades maiores levaram os estúdios de graça, diz a empresa.

Já o Jazz Villa Pinheiros, recém-entregue, tem foco no executivo com mais de 30, segundo a Alfa Reality, que revestiu o prédio de dez andares com tijolos em estilo inglês e instalou biblioteca na área comum. As unidades têm de 40 a 70 metros quadrados e “pay per use” de manobrista e arrumadeir­a. Na planta, o metro quadrado valia R$ 16 mil. Hoje custa R$ 20 mil.

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Adriano Vizoni/Folhapress Prédios em Pinheiros, entre as ruas Cardeal Arcoverde e Mourato Coelho

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