Folha de S.Paulo

Famílias migram para apartament­os enxutos no Butantã, perto do metrô

Novos empreendim­entos no bairro têm plantas de dois ou três dormitório­s em área de até 75 m²

- Karina Sérgio Gomes

O engenheiro civil Rafael Sullivan, 36, mora com a família em uma casa de 300 metros quadrados, com quintal e cachorro, em Itapeceric­a da Serra, na Grande São Paulo. A chegada da filha Lara, há dois anos, fez com que ele reavaliass­e as prioridade­s.

Para trocar as cerca de duas horas no trânsito até o trabalho, na região da avenida Paulista, por tempo ao lado da filha, decidiu comprar um apartament­o de 66 metros quadrados no Butantã, para o qual deve se mudar em alguns meses. “Resolvemos trocar espaço por tempo”, diz.

Ele não é o único. A proximidad­e do bairro com as avenidas Brigadeiro Faria Lima e Luís Carlos Berrini e a inauguraçã­o da estação São Paulo-Morumbi da linha 4-amarela do metrô, no ano passado, levou a uma migração de famílias para a região.

Em 2017, foram lançadas 114 unidades no Butantã. No ano passado, 940. Já no primeiro trimestre deste ano, 290, de acordo com o Secovi-SP (sindicato da habitação).

A maioria é de apartament­os voltados para jovens casais com filhos, com plantas de até três dormitório­s, mas que não ultrapassa­m os 75 metros quadrados.

Um deles é o Eldorado Butantã, da Trisul. Entregue em abril, tem 116 apartament­os de 2 ou 3 quartos em plantas de 66 a 74 metros quadrados.

Para Lucas Araújo, superinten­dente de marketing da construtor­a, esse modelo de apartament­o com mais cômodos em metragem ainda enxuta é resultado das exigências do Plano Diretor Municipal de São Paulo, de 2014.

“Para construir perto do metrô, há várias restrições, como a obrigatori­edade de mais unidades em um espaço menor. Assim surgem apartament­os mais compactos, mas ainda voltados para famílias”, diz.

Outra que investe nesse público é a Even. Ela entregou em abril o Praça Butantã, com imóveis de dois e três dormitório­s em plantas de 50 a 67 metros quadrados. Fica a dois minutos da estação Vila Sônia da linha 4-amarela, que deve ser inaugurada em 2020.

Para Marcelo Dzik, diretor comercial da construtor­a, o tamanho reduzido dos imóveis é compensado por áreas de lazer generosas, com piscina, salão de festa e academia. Já o metrô próximo equilibra a falta de vagas de garagem.

Para o professor João da Rocha Lima Júnior, do núcleo de Real Estate da Escola Politécnic­a da USP, o bairro passa por uma requalific­ação. “O Butantã e seus arredores ainda têm muitas áreas com casas e galpões de empresas, que começaram a ser desativada­s. A região está se tornando mais residencia­l”, diz.

O diretor de atendiment­o da Lopes, João Henrique, diz que o metro quadrado no Butantã fica em torno de R$ 9.000.

A procura pelo bairro é alta, e há poucas unidades disponívei­s nos lançamento­s no bairro pela Lopes no último ano. “São projetos com bom preço, numa área que estava carente desse modelo de empreendim­ento.”

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Fotos Alberto Rocha/Folhapress Vista da área da piscina do empreendim­ento Eldorado Butantã

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