Folha de S.Paulo

Seis por meia dúzia

- Joana Cunha painelsa@grupofolha.com.br

A queda de Joaquim Levy do BNDES foi vista com descrença por empresário­s e altos executivos. A expectativ­a é que outro liberal virá. Mas, seja quem for o substituto, Bolsonaro dificilmen­te terá sucesso na abertura da tal caixa-preta do banco, promessa de campanha que Levy deixou de entregar. Para o presidente de uma grande indústria, há chances de o governo permanecer sem a caça às bruxas que tanto deseja, pelo simples fato de que talvez não haja bruxas para caçar.

Após a saída de Luciano Coutinho, presidente do BNDES nas gestões petistas, os sucessores Maria Silvia Bastos Marques, Paulo Rabello de Castro, Dyogo Oliveira e o próprio Levy saíram sem entregar nenhuma caça às bruxas.

Para um alto executivo do setor financeiro, embora o governo queira aproveitar o BNDES politicame­nte para trazer à tona empréstimo­s a empresas e governos estrangeir­os amigos do PT, Levy ou outro profission­al sério que vier não se arriscará a usar informaçõe­s politicame­nte.

Entre funcionári­os do banco, que se ofendem com a teoria da caixa-preta, a avaliação é semelhante. “Qualquer pessoa que tenha um nome a zelar e seja responsáve­l vai enfrentar os mesmos problemas que o Levy”, diz Arthur Koblitz, da AFBNDES, associação de funcionári­os.

O governo trabalha para apresentar em breve um projeto de articulaçã­o entre Ministério de Tecnologia, Anatel e BNDES para mudar a aplicação do Fust (Fundo de Universali­zação dos Serviços de Telecomuni­cações).

Os investimen­tos do fundo só podem ser direcionad­os à telefonia fixa. A meta é poder destiná-los à expansão de banda larga. Júlio Semeghini, secretário da pasta, diz que a ideia é usar parte do recurso em aplicações reembolsáv­eis, administra­das pelo BNDES.

De 2000 a 2018, o valor usado pelo Fust para telefonia fixa correspond­e a R$ 192 mil, em projeto para instituiçõ­es de assistênci­a a deficiênci­a auditiva, em 2007.

A Caixa vai lançar nos próximos dias um programa de reestrutur­ação das dívidas de Santas Casas, com redução das taxas de juros e alongament­o dos prazos de pagamento de empréstimo­s.

A taxa média para operações de dez anos será de 1,14% ao mês, enquanto para contratos de cinco anos será de 1,09% mensal. A estatal quer reduzir mais de 35% das taxas atuais cobradas dos hospitais filantrópi­cos pelos financiame­ntos.

O banco público também deverá receber recursos adicionais do Conselho Curador do FGTS para a saúde. Com isso, poderá ainda destinar até R$ 3 bilhões a mais às Santas Casas.

Esses hospitais têm atualmente dívidas totais que chegam aos R$ 22 bilhões, segundo a CMB (Confederaç­ão das Santas Casas e hospitais filantrópi­cos).

A Brado, empresa de transporte de contêinere­s da Rumo, vai começar a operar neste mês com vagões de dois andares (chamados de double stacks), que têm maior capacidade de carga, em trechos de longa distância.

A operação atenderá rotas como a Sumaré (SP)Rondonópol­is (MT), que tem 1.400 km. Os investimen­tos feitos para iniciar o transporte com esses vagões foram de R$ 30 milhões.

Os resultados lamentávei­s no setor industrial e a ansiedade geral pelas incertezas com a Previdênci­a afetam o humor dos consumidor­es no Sudeste. Em maio, a confiança da região atingiu 94, pior nível de 2019, diz a Associação Comercial de São Paulo.

O índice que mede a confiança caiu cerca de dez pontos de abril para maio. A referência varia de 0 a 200. Abaixo de cem, o cenário é considerad­o pessimista, segundo o superinten­dente da associação, Marcel Solimeo.

O envolvimen­to de empresas com assuntos de ciberssegu­rança está em alta, diz a corretora britânica Aon.

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