Folha de S.Paulo

Hora de arregaçar as mangas

- Daniela Lima painel@grupofolha.com.br

Aliados do prefeito de SP, Bruno Covas (PSDB), receberam os primeiros resultados de pesquisas que devem nortear a estratégia do tucano para buscar a reeleição no ano que vem. Alçado ao posto pela renúncia de João Doria, que deixou a administra­ção municipal no ano passado para assumir a do estado, Covas ainda não é conhecido por cerca de 40% da população. Mais: o paulistano ainda está ressentido com a saída precoce do hoje governador da cidade, o que contamina a avaliação geral.

está escrito Os dados ajudam a explicar a incisivida­de com que Covas cobrou o afastament­o de Aécio Neves (PSDB-MG) da sigla. Hoje deputado, o mineiro é apontado como fonte de grande desgaste para a legenda.

sem volta Se há boa notícia nos dados, está no campo da oposição. A avaliação do PT é tão ruim que auxiliares do prefeito ousam dizer que a sigla está “arrasada” na capital.

caneta e esquadro O tucano está animado com o desafio. Sua administra­ção entra agora no que ele tem chamado de fase de entrega, de inauguraçõ­es. Ele tem feito ao menos um compromiss­o público, nas ruas, por dia. Há reunião mensal de secretaria­do para acompanhar o cumpriment­o das metas.

onde pega Segundo os dados, a avaliação da zeladoria da cidade melhorou, mas ainda é preciso atuar com força na limpeza de parques e clubes.

o céu é o limite O PSL tem metas ambiciosas para a campanha nacional de filiação que vai colocar na rua a partir de agosto. A ideia da direção do partido, que em junho tinha 270 mil associados, é passar de 500 mil até 31 de março do ano que vem —e a 1 milhão, em outubro de 2020.

em primeiro lugar A sigla de Jair Bolsonaro elaborou um documento para explicar os objetivos do mutirão por novos adeptos. A meta, segundo o texto, é “posicionar o PSL como referência de ideias liberais na economia e valores baseados na pátria e na família”.

guru O partido delineou, inclusive, palavras de ordem para atrair filiados. Elas giram em torno de motes que remetem a mudança e aos ideais econômicos de Paulo Guedes (Economia).

guru 2 Exemplos: “Quer mudar o Brasil: PSL, aqui você é bem-vindo” e “Trabalho digno com mais liberdade, PSL: aqui, ideias liberais são bem-vindas”.

a esperança... Candidatos ao comando da Procurador­ia-Geral da República receberam sinalizaçã­o de que o ministro da Advocacia-Geral da União, André Mendonça, é simpático à lista tríplice —o grupo dos três procurador­es mais votados pela categoria para assumir o cargo.

...é a última que morre André Mendonça está em alta com Bolsonaro. O presidente já disse que avalia o nome dele para uma vaga do Supremo Tribunal Federal. Por isso, seus sinais geraram expectativ­a nos procurador­es de que o governo talvez não esteja mais disposto a rechaçar a lista tríplice de saída.

espero sentado Após a revelação em O Globo de detalhes da delação firmada por Antonio Palocci, advogados que atuam para grandes instituiçõ­es financeira­s disseram não terem se assustado com os relatos do ex-petista. Dizem que ele parece ter arcabouço probatório fraco, a ponto de o Ministério Público ter recusado um acordo.

navegar é preciso O ministro Paulo Guedes (Economia) ouviu de industriai­s que, após um primeiro semestre no marasmo, a perspectiv­a de todos os setores é fechar o ano em situação mais positiva do que como começaram.

conta-gotas Sobre o FGTS, Guedes disse aos empresário­s que o modelo a ser anunciado pelo governo será o de liberação de pequenos saques anuais. Dar acesso a todo o dinheiro de uma vez, avaliou o ministro, segundo relatos, poderia produzir um “voo de galinha”. Os construtor­es concordara­m com ele.

burros n’água Mas a opinião externada por Guedes não é consenso dentro do Ministério da Economia. Técnicos dizem, sob condição de anonimato, que os saques anuais vão se transforma­r em uma espécie de 14º salário, desidratan­do o FGTS sem produzir o benefício de criar uma nova força de demanda.

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