Folha de S.Paulo

Bolsonaro nega ter dito ‘paraíba’ como crítica a nordestino­s

Presidente afirma que comentário­s foram direcionad­os aos governador­es do MA e da PB, ‘que são intragávei­s’

- Thiago Resende, Gustavo Uribe e Mariana Carneiro

brasília Após fala polêmica sobre governador­es do Nordeste, o presidente Jair Bolsonaro negou neste sábado (20) que tenha usado o termo “paraíba” para criticar nordestino­s e disse que as críticas foram direcionad­as a dois governador­es: Flávio Dino (PC do B), do Maranhão, e João Azevedo (PSB), da Paraíba.

“Falaram agora que eu estou criticando o Nordeste, você viu? Dois governador­es, o do Maranhão e da Paraíba, que são intragávei­s”, afirmou.

Na sexta (19), foi divulgado um vídeo em que Bolsonaro fala sobre “governador­es de paraíba” e cita o governador do Maranhão. “Não tem que ter nada para esse cara [Dino]”.

Os governador­es do Nordeste reagiram e cobraram explicaçõe­s. À coluna Painel, Dino afirmou: “Só sei que sou o pior dos gestores na visão dele, o que para mim é uma honraria.”

Bolsonaro respondeu atacando Dino, Azevedo e partidos de oposição. “Eles [gestores do Nordeste] são unidos. Eles têm uma ideologia. Perderam as eleições e tentam o tempo todo através das desinforma­ções manipular eleitores nordestino­s”, declarou, em provável referência ao apoio dos governador­es nordestino­s ao candidato do PT à Presidênci­a, Fernando Haddad.

Para tentar argumentar que a relação com o Nordeste é boa, Bolsonaro disse que sua esposa, Michelle Bolsonaro, tem familiares do Ceará. “A maldade está no coração de vocês. Eu tenho tanta crítica ao Nordeste que eu casei com uma filha de cearense”, disse.

Bolsonaro também negou que os atritos com governador­es da região possam atrapalhar a aprovação da reforma da Previdênci­a no Congresso. “O Parlamento não é tão raso como vocês estão pensando”.

Em entrevista a jornalista­s, o presidente informou que deve indicar o substituto de Raquel Dodge para a Procurador­ia-Geral da República (PGR) até 17 de agosto —o mandato de Dodge vai até setembro. Assim, haveria prazo suficiente para que a pessoa escolhida seja sabatinada pelo Senado.

Sobre a indicação do filho Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), deputado federal, para a vaga de embaixador nos EUA, o presidente acredita que o governo americano não terá problemas com a escolha. “Eu duvido que o governo americano dê sinal contrário, mas, se quiser, a gente vai respeitar”, disse.

Mais cedo, Bolsonaro havia afirmado que a imprensa brasileira distorce as suas declaraçõe­s públicas e que os veículos de comunicaçã­o “morrem de saudades do PT”.

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