Folha de S.Paulo

Nanicos levam propostas inusitadas a pleito nos EUA

Campanhas de democratas incluem desde veto ao petróleo até ‘Plano Marshall’ para América Central

- Rafael Balago

Um país onde tirar petróleo do chão é proibido, negros recebem reparações pela escravidão e todos os adultos ganham US$ 1.000 (R$ 3.760) mensais do governo par agastar co moquis erem.Éoquepr opõem alguns dosp ré-candidatos d em ocra tasà Presidênci­a dos EUA.

Propostas estridente­s são uma tentativa de se diferencia­r entre os 25 nomes da disputa, um recorde desde que o modelo atual de primárias foi adotado, em 1972.

Embora 16 deles sejam homens brancos, há também seis mulheres, um negro, um asiático e um candidato abertament­e gay na corrida.

E metade vem de cargos de menor poder, como prefeitos e deputados, ou de fora da política: há bilionário, empresário e escritora.

“Metade desses nomes não deve chegar até o início das primárias”, analisa Lucas Leite, doutor em Relações Internacio­nais e professor da Faap. “A pulverizaç­ão é péssima para os democratas porque atrapalha na criação de consensos contra [o presidente e provável rival republican­o] Donald Trump, mas é boa para mostrar que o partido tem fôlego e tenta trazer gente nova.”

A expectativ­a dele sé repetira trajetória dos últimos dois vencedores, que conquistar­am a Casa Branca apostando na imagem de alguém de fora do sistema. Barack Obama era senador em primeiro mandato em 2008, e Trump, empresário que nunca havia disputado uma eleição.

Por enquanto, veteranos estão à frente nas pesquisas. O ex-vice de Obama, Joe Biden, 76, lidera com 27,3%, seguido por três nomes do Senado: Elizabeth Warren, 70 (16,3%), Bernie Sanders, 77 (14,8%), e Kamala Harris, 54, (14,3%). Os dados são do site Real ClearPo li tics, que faz uma média entre diversos levantamen­tos.

No segundo pelotão, aparecem Pete Buttigieg, 37, (6%) prefeito de South Bend, em Indiana, e Beto O’Rourke, 46, (2,5%), ex-deputado pelo Texas, ambos mais jovens e em ascensão no partido. Outros 15 nomes brigam para chegar ao menos a 2%.

A imigração e a questão ambiental, dois temas caros a Trump, estão presentes em várias campanhas. De origem latina, Julián Castro (1%),44, promete facilitara entrada de estrangeir­os no país e, ao mesmo tempo, criar um “Plano Marshall” para a América Central, que incluiria melhorar as relações com os governos, estimular a criação de empregos nesses países e combatera corrupção e a violência local.

O plano é que, com mais oportunida­des nesses locais, menos pessoas decidam tentara sor tenos EUA.

Washington já repassou a esses países, entre 2015 e 2018, US$ 2,6 bilhões (R$ 9,7 bi hoje). Castro defende que essa ajuda precisa mudar.

“Muitas vezes, líderes autoritári­os da América Central usaram o sEU Apara promoverem asi mesmos ”, disse ele, ex-secretário de Habitação do governo Obama, em entrevista ao jornal britânico The Guardian.

Na área ambiental, quem tem as propostas mais radicais é Jay Inslee (0,8%), 68, governador de Washington. Ele defende que o governo deixe de subsidiar petroleira­s e aumente a cobrança de impostos sobre o setor.

Insleepr omete ainda vetara exploração de petróleo em terras federais e negociar como Congresso para que o país proíba ou soda força hidráulica para quebrar rochas de xisto —modelo questionad­o pelos danos ambientais.

De olho na questão racial, a escritora Marianne Williamson (0,5%), 67, propõe a criação de um fundo de até US$ 500 bilhões (R$ 1,8 trilhão) para um programa de reparação para os negros, durante 20 anos. “Um conselho de líderes afroameric­anos determinar­ia os projetos educaciona­is e econômicos para o qual o dinheiro seria usado”, diz seu programa de governo.

Já o empreended­or Andrew Yang (1,8%), 44, se propõe a defender os americanos dos riscos da tecnologia. Ele quer oferecer uma renda mínima como forma de proteção ao corte de empregos gerado pela automação. Seu projeto, Dividendo da Liberdade, prevê US$ 1.000 (R$ 3,7 mil) mensais para os maiores de 18 anos.

Yang lista mais de cem propostas, como criar um fundo para ajudaras alvar shoppings da falência. O dinheiro também ajudaria a recuperar espaços que já fecharam, de modo a evitar que haja degradação urbana na região.

Ele também pretende abrir um departamen­to para regular o excesso de uso de smartphone­s, multar empresas que fizerem ligações automática­s( aquelas queca em logo após apessoa atender) e criar formas para monitorara saúde mental dos funcionári­os da Casa Branca.

“Devemos estar 100% confiantes de que as pessoas no poder não possuem problemas psicológic­os severos”, diz em seu site de campanha.

“Normalment­e, esse ti pode postura mais extrema é filtrado nas prévias, onde vencem os mais moderados, mas não vivemos tempos normais na política ”, diz Leandro Consentino, cientista político e professor da Fundação Escola de Sociologia e Política.

Falta um ano para as convenções partidária­s, que confirmam os nomes para a disputa da Presidênci­a. O primeiro desafio é conseguir espaço nos debates na TV.

Serão seis encontros até o fim de 2019, e o partido estabelece­u regras de corte: é preciso atingir ao menos 1% nas pesquisas ou obter doações de ao menos 65 mil contribuin­tes diferentes. Esse mecanismo tirou cinco candidatos do primeiro debate, em junho.

As primárias, quando eleitores decidem o candidato de seu partido, ocorrem de fevereiro a junho de 2020. É comum que os nomes sejam definidos antes disso. Trump, por exemplo, confirmou seu nome em maio de 2016.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil