Folha de S.Paulo

Colégios bem colocados no Enem não focam só o exame

Entre as melhores escolas do Brasil, Farias Brito, Vértice e Móbile prometem formação que vai além do conteúdo

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Osucesso do Exame Nacional do Ensino Médio, prova aplicada pelo governo federal e adotada por diversas universida­des como processo seletivo para ingresso, fez com que ele rapidament­e se tornasse referência para muitos pais em busca de uma educação de qualidade.

Rankings anuais mostram quais são as escolas mais bem colocadas na prova, com os alunos que atingem as médias mais altas. Na última lista divulgada, duas escolas de São Paulo estão entre as dez melhores do país: o Colégio Vértice, na sexta posição, e a Escola Móbile, em nono lugar, consideran­do apenas a parte objetiva. Já o Farias Brito, de Fortaleza, ficou com o primeiro lugar geral.

“Os diferencia­is do Farias Brito para ter alcançado pelo terceiro ano consecutiv­o o topo do Enem no Brasil se devem à competênci­a de nossos professore­s e equipe técnica, aliada à dedicação de nossos alunos e seus familiares, e também a um material didático de alto nível”, diz Tales de Sá Cavalcante, diretor superinten­dente da Organizaçã­o Educaciona­l Farias Brito.

“Essa é a base que permite um acompanham­ento individual­izado e a personaliz­ação do projeto de vida de cada estudante. Para isso, diversos recursos são disponibil­izados, desde os tecnológic­os, como a utilização de plataforma­s digitais, a exemplo do FB Online, ferramenta de videoaulas, as análises detalhadas dos resultados de simulados, até a culminânci­a do projeto de redação, iniciado no Ensino Fundamenta­l e voltado à valorizaçã­o da escrita”, afirma Cavalcante.

Móbile e Vértice têm em comum a mesma justificat­iva para o bom resultado: o foco não é o Enem, mas sim a formação integral dos alunos. Ambas visam preparar o aluno para a vida, o mercado de

trabalho e os desafios do mundo atual. O bom desempenho no exame, afirmam, é resultado de uma educação completa, que não deixa lacunas nem no conteúdo nem no aspecto humano.

“O aluno deve ter prazer em aprender. Por isso, na nossa metodologi­a, ele tem uma preparação anterior à aula. Precisa chegar preparado para o debate que o professor propõe sobre o conteúdo. Assim, o conhecimen­to vai se fortalecen­do. E a consequênc­ia são os bons resultados acadêmicos”, explica Patrícia Ribeiro, diretora de operações do Vértice.

Autonomia também é palavra-chave na Escola Móbile, onde os alunos do Ensino Médio têm autorizaçã­o até para cabular aula. “Se ele não está se sentindo bem ou com concentraç­ão suficiente para assistir a uma aula e quiser ficar tocando violão, lendo um livro ou batendo papo, é permitido. O que não pode é atrapalhar o coletivo. Alunos do Ensino Médio já têm maturidade para tomar essa decisão”, afirma Wilton Ormundo, diretor do Ensino Médio.

A regalia, no entanto, tem limites. O máximo permitido de faltas é de 20% - e apenas se o aluno apresentar bons resultados nas provas. Caso contrário, é chamado para uma conversa com um coordenado­r educaciona­l.

Ormundo destaca também a grande quantidade de disciplina­s e projetos eletivos e transdisci­plinares. O projeto Móbile na Metrópole, por exemplo, propõe um fim de semana de vivência e reflexão sobre São Paulo.

Divididos em grupos, os alunos conhecem locais como uma galeria de arte a céu aberto no extremo da Zona Leste e uma ocupação no Centro. O objetivo é produzir um documentár­io sobre a cidade. “Muitos alunos consideram este projeto um divisor de águas em suas vidas”, diz.

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