Folha de S.Paulo

Bolsonaro chama de ‘melancia’ general que o criticou sobre nordestino­s

- Gustavo Uribe

brasília O presidente Jair Bolsonaro criticou neste domingo (21) o general da reserva Luiz Rocha Paiva, que o acusou deter sido antipatrió­tico a ose referira nordestino­s como“paraíbas ”.

Em mensagem nas redes sociais, o presidente disse que o militar se aliou ao governador do Maranhão, Flávio Dino( PC doB),eoch amou de“melancia” e“defensord aguerrilha­do Araguaia ”.

“O melhor de tudo foi ver um único general, Luiz Rocha Paiva, se aliar ao PC do B de Flávio Dino para me chamar de antipatrió­tico. Sem querer, descobrimo­s um melancia, defensor da Guerrilha do Araguaia, em pleno século 21”, disse Bolsonaro.

A gíria “melancia” é empregada para definir um militar do Exército —cujo uniforme é verde— que defende propostas de esquerda, uma vez que o interior da fruta é vermelho, cor associada ao comunismo. A guerrinha do Araguaia foi um movimento armado de esquerda de resistênci­a à ditadura militar na década de 1970.

No sábado (20) o general Paiva disse ao jornal O Estado de S. Paulo que a declaração de Bolsonaro sobre os “paraíbas” era “um comentário antipatrió­tico e incoerente para quem diz ‘Brasil acima de tudo’.”

Integrante da Comissão de Anistia do governo federal, o general da reserva já dissera que a indicação do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) para o cargo de embaixador nos EUA era um “suicídio de reputação”.

Ele também fora atacado nas redes sociais pelo vereador Carlos Bolsonaro (PSCRJ), que afirmou que Paiva nunca havia liderado nem guerra de travesseir­os.

“A Bahia é Brasil. Sem problemas. Sou amigo do Nordeste, poxa”, disse Bolsonaro neste domingo. “Vocês mesmos da mídia querem separar o Nordeste do Brasil. O Nordeste é Brasil, é minha terra. E eu ando qualquer lugar do território brasileiro.”

Na entrada do Palácio do Alvorada, onde parou para cumpriment­ar apoiadores, ele perguntou se algum nordestino tinha ficado ofendido. Em resposta, simpatizan­tes respondera­m que não.

Bolsonaro também defendeu o porta-voz da Presidênci­a, general Otávio Rêgo Barros, que foi criticado por Carlos Bolsonaro e pelo deputado Marco Feliciano (Pode-SP) por promover cafés da manhã com jornalista­s.

“Ele [Rêgo Barros] é uma pessoa que tem tratado com muito zelo e muita preocupaçã­o. Ele ajudou a me convencer a fazer esses cafés”, disse.

“Muita gente fala contra ou a favor. A maioria fala contra, está beirando a unanimidad­e falar contra”, declarou Bolsonaro a jornalista­s. “Para mim, está mantido [os cafés]. Apesar de alguns chatos de vocês, a gente suporta.”

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