Folha de S.Paulo

VERSATILID­ADE IMPULSIONA NEGÓCIOS COM MANGALARGA MARCHADOR

- Alexandre Rezende/Folhapress

Mangalarga, em exposição em Belo Horizonte, cujo mercado tem crescido nos últimos anos no país, com aumento também dos negócios envolvendo óvulos, sêmen e embriões; um único cavalo pode chegar a custar R$ 15 milhões

Passando ao largo da crise econômica, o mercado de negócios ligados ao cavalo mangalarga marchador desconhece adversidad­es. A venda de animais mais que dobrou. Foi de 6.782 em 2016 a 14,3 mil dois anos depois. Crescem também negócios com óvulos, sêmen e embriões.

O Brasil tem hoje 620 mil cavalos da raça mangalarga no plantel. A maior parte fica em Minas Gerais. São 17.800 criadores, ante 11 mil em 2016.

O cresciment­o fez o número de leilões subir de 300 para 393 por ano, com alta de R$ 121 milhões para R$ 127 milhões no valor comerciali­zado.

Para criadores, o animal se destaca pela versatilid­ade. Pode ser usado tanto na lida com o gado como em cavalgadas, concursos de marchas, enduros, provas funcionais e equoterapi­a. Além disso, tem temperamen­to dócil.

“Quem tem o animal é apaixonado. E paixão e sonho não têm preço”, afirma o empresário Daniel Borja, criador há 25 anos e presidente da Associação Brasileira dos Criadores do Cavalo Mangalardo­res,

ga Marchador (ABCCMM).

A raça conta com 70 associaçõe­s regionais no país para divulgar o mangalarga.

Organizado­res da maior feira do setor, que ocorre em Belo Horizonte até o próximo sábado (27), projetam recorde de público e de negócios.

Cerca de 220 mil pessoas são esperadas na 38ª Exposição Nacional do Cavalo Mangalarga Marchador, que deve movimentar R$ 25 milhões, entre leilões de animais e vendas diretas entre os criaante os R$ 23 milhões no evento do ano anterior.

Com R$ 5.000 é possível comprar um exemplar. Mas um único cavalo pode chegar a custar R$ 15 milhões —um valor próximo ao prêmio total das seis dezenas da Mega Sena acumulada na última semana.

É o caso do Galante do Expoente, o mais caro da raça hoje no Brasil, com vários filhotes campeões. Ele pertence a seis sócios e fica no Haras Zel, em Ouro Fino, no sul mineiro.

A médica paulista Ana Carolina Megale é uma das proprietár­ias do Haras Zel e levou cinco dos 300 cavalos mangalarga de seu haras para a exposição deste ano. Entre eles, o Arlequim Serra Bela, filho do Galante do Expoente.

Arlequim foi campeão nacional na categoria Cavalo Júnior de Marcha Picada na exposição de 2018 e vai concorrer neste ano na categoria de Marcha Picada. O seu valor estimado é de R$ 1 milhão.

A empresária mineira Cristiana Gutierrez, proprietár­ia do Haras Morada Nova, em Inhaúma (MG), faturou três prêmios logo no primeiro dia da exposição.

Dos 400 cavalos do haras, 34 vão desfilar na pista do Parque da Gameleira. O Haras Morada Nova ganhou o troféu de melhor expositor da feira do ano passado.

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Alexandre Rezende/Folhapress Cavalo da raça mangalarga marchador participa de feira em Belo Horizonte (MG)
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