Folha de S.Paulo

4 em 10 dizem que presidente não fez nada de positivo

Dos entrevista­dos que respondera­m à pesquisa, 8% consideram que houve avanços na segurança

- Flávia Faria

são paulo Para 4 a cada 10 brasileiro­s, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) não fez nada de muito positivo ou que mereça destaque em seus seis meses de governo. O cenário está em levantamen­to do Datafolha feito nos dias 4 e 5 de julho.

Incitados a responder livremente (não foram dadas opções) o que o presidente teria feito de melhor até então, 39% dos entrevista­dos respondera­m “nada”.

Esse percentual sobe para 45% entre mulheres e pessoas com apenas o ensino fundamenta­l, para 46% entre negros, para 47% no Nordeste, para 52% entre adeptos de religiões de matrizes africanas e para 76% entre quem avalia o governo como ruim ou péssimo.

Entre os que afirmam que votaram em Bolsonaro no segundo turno, 17% disseram não ter nada a destacar de muito positivo.

Dos entrevista­dos que respondera­m, 8% consideram que houve avanços na segurança, 7% mencionara­m a reforma da Previdênci­a, 4% afirmam que houve combate à corrupção e 4% citaram os decretos de flexibiliz­ação do posse e porte de armas. O fim do horário de verão foi apontado por 1%.

Os que mais se referiram à segurança como o melhor do governo foram os homens e habitantes do Norte e do Centro Oeste (11%) e os partidário­s do PSDB (20%).

Por outro lado, quando questionad­os o que Bolsonaro teria feito de pior, 18% disseram que nada. Esse número passa para 22% entre os evangélico­s, para 24% na região Sul, para 25% entre os amarelos e os que têm 60 anos ou mais e para 36% entre os que avaliam o governo como ótimo ou bom.

Os decretos das armas aparecem em primeiro lugar entre as iniciativa­s ruins, mencionado­s por 21% dos entrevista­dos. O repúdio é maior entre os negros (25%), quem avalia o governo como ruim ou péssimo (27%) e espíritas (28%).

Logo em seguida na lista de piores medidas vêm reforma da Previdênci­a (12%) e imagem pública (9%) —este último quesito inclui declaraçõe­s considerad­as desnecessá­rias, uso de palavras ofensivas, postura em relação aos filhos e articulaçã­o política.

Outros 3% elegeram os cortes de verbas na educação e 1% citaram racismo ou homofobia e aumento do desemprego, entre outras respostas.

A pesquisa ouviu 2.086 pessoas com mais de 16 anos, em 130 cidades. A margem de erro é de dois pontos percentuai­s, para mais ou para menos, e o índice de confiança é 95%.

Essa última pesquisa do Datafolha indicou a consolidaç­ão de uma divisão política do país após seis meses do governo de Bolsonaro. O Brasil está rachado em três.

Para 33%, o presidente faz um trabalho ótimo ou bom. Para 31%, regular, e para outros 33%, ruim ou péssimo. Com variações mínimas, é o mesmo cenário que se desenhou três meses atrás, no mais recente levantamen­to do instituto.

Com isso, Bolsonaro se mantém como o presidente em primeiro mandato com a pior avaliação a esta altura do governo desde Fernando Collor de Mello, em 1990.

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Pedro Ladeira/Folhapress O presidente Jair Bolsonaro conversa com jornalista­s após almoço no Comando da Aeronáutic­a

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