Folha de S.Paulo

Cartas na mesa

- Daniela Lima painel@grupofolha.com.br com Mariana Carneiro e Julia Chaib

Raquel Dodge e o subprocura­dor Mário Bonsaglia ganharam a simpatia de aliados importante­s de Jair Bolsonaro na corrida pelo comando da Procurador­ia-Geral da República. Pessoas próximas ao presidente dizem que ele busca alguém que compreenda as linhas gerais do governo, e que os dois teriam causado boa impressão. Ainda assim, o Planalto analisa o histórico de todos os 72 subprocura­dores que estão aptos a assumir a cadeira. A definição deve sair até a segunda quinzena de agosto.

TECLA SAP

Auxiliares de Bolsonaro dizem buscar entre os subprocura­dores nomes de perfil “discreto e institucio­nal”. Nas palavras desses aliados, o presidente não procura um “engavetado­r”, mas alguém que entenda que o “Ministério Público não pode ser um antagonist­a de tudo. Ele deve caminhar junto com as instituiçõ­es”.

ESCOLTAS

Pessoas que estiveram recentemen­te com o presidente do Supremo, ministro Dias Toffoli, ficaram com a impressão de que ele segue apoiando a recondução de Dogde ao cargo de procurador­a-geral. Bonsaglia, por sua vez, foi o primeiro colocado na listra tríplice elaborada pela categoria.

TERCEIRA VIA

Lauro Cardoso, que concorreu à lista tríplice para a PGR mas acabou em quarto lugar, segue sendo citado como um exemplo de procurador regional de conduta ilibada no Planalto. Ele tem o apoio de militares do time de Jair Bolsonaro.

UNS MAIS IGUAIS...

O recurso impetrado por Dodge, nesta terça (23), contra a decisão de Toffoli que vetou o uso em investigaç­ões de relatórios da Receita e do Coaf obtidos sem aval da Justiça atende à demanda interna de colegas da PGR, e ao mesmo tempo, preserva o capital político que ela vem acumulando no Planalto.

... DO QUE OUTROS

A procurador­a-geral, que trabalha para permanecer no cargo, pediu a revisão do alcance da sentença, alegando que a medida deve se restringir ao senador Flávio Bolsonaro, filho do presidente —o que o mantém blindado. Com isso, responde à expectativ­a da carreira sem queimar as pontes que vem firmando com o presidente.

TUDO LÁ

Laudo da PF que é peça-chave na apuração que levou à prisão de quatro suspeitos de invadir o celular do ministro Sergio Moro (Justiça) traz uma linha do tempo da ação do grupo —chamada por investigad­ores de tosca.

CADA UM NA SUA

Aliados do presidente do DEM, o prefeito de Salvador, ACM Neto, avaliam que, ao fim e ao cabo, tanto ele quanto o governador Rui Costa (PT-BA) e Jair Bolsonaro saíram no lucro com a ida do presidente à inauguraçã­o de um aeroporto em Vitória da Conquista (BA).

A PARTE...

Para esse grupo, Neto, que tem vínculo com a cidade e com a obra para a qual dedicou emendas quando parlamenta­r, conseguiu tirar uma casquinha e faturar politicame­nte com a inauguraçã­o em uma das cidades da Bahia que é mais refratária ao PT.

...QUE ME CABE...

Já Bolsonaro fez um aceno ao Nordeste após forte desgaste com governador­es da região, e Rui Costa se projetou nacionalme­nte como oposição ao presidente.

...NESTE LATIFÚNDIO

Desde que entrou em conflito com Jair Bolsonaro, Rui Costa ampliou sua base de seguidores nas redes sociais. De domingo até esta terça (23), foram mais 4.000 no Twitter, 938 no Instagram e 800 no Facebook.

NEM VEM

Do lado de Costa, aliados dizem que há risco de a exposição ao lado de Bolsonaro arranhar a imagem de Neto na capital baiana, já que pesquisas internas indicam pesada rejeição ao presidente em Salvador. O mandatário do DEM dá de ombros. Tem dito que sua imagem e a do inquilino do Planalto são bem separadas na cabeça do eleitor.

GREEN CARD

O Itamaraty pretende enviar ainda esta semana consulta formal aos Estados Unidos sobre a indicação de Eduardo Bolsonaro (PSLSP) à embaixada de Washington. Extraofici­almente, o órgão já teria um sinal verde.

TOME POSSE

O secretário de Habitação de São Paulo, Flávio Amary, vai assumir a presidênci­a do Instituto Teotônio Vilela, do PSDB, no estado. Ele é mais um nome alçado pelo governador João Doria no processo de tomada de espaços dentro do partido.

Ele quer dar a Amazônia a mineradora­s, grileiros, agro e madeireiro­s ilegais. Por isso tenta liquidar o INPE e órgãos ambientais

De Marina Silva (Rede), sobre Bolsonaro ter defendido que dados produzidos pelo instituto passem por ele antes de serem divulgados

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