Folha de S.Paulo

O que pensa o novo premiê sobre Estados Unidos, Irã e economia

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O ex-ministro das Relações Exteriores Boris Johnson foi eleito líder do Partido Conservado­r britânico nesta terça (23) e deverá tomar posse como primeiro-ministro quando Theresa May deixar o cargo, nesta quarta (24). Com a campanha dominada pelo brexit, Johnson falou pouco sobre suas outras políticas.

Irã

Johnson disse que, apesar de o acordo nuclear de 2015 parecer “cada vez mais frágil” e de que devam ser tomadas medidas para desencoraj­ar o “comportame­nto perturbado­r” do Irã, o melhor caminho é se engajar com os iranianos e tentar persuadi-los a não buscar um programa de armas nucleares.

Até agora ele não tem dado sinais de seguir uma abordagem mais dura, próxima à do presidente americano Donald Trump. Johnson afirmou, ainda, que não apoiaria uma ação militar na região.

Relação com os EUA

Ele quer manter um forte relacionam­ento com os Estados Unidos. Sua relutância para se opor ao presidente americano ficou evidente neste mês, quando ele não conseguiu defender Kim Darroch, então embaixador britânico em Washington, após vazamentos de mensagens diplomátic­as em que ele descrevia o presidente americano como inepto.

Hong Kong

Quando começaram os protestos na ex-colônia britânica contra uma nova lei de extradição, e se criou uma guerra de palavras entre o Reino Unido e a China, Johnson disse à agência Reuters que os cidadãos de Hong Kong estavam “totalmente no seu direito de estar muito céticos, muito ansiosos” sobre a legislação.

Huawei

Uma decisão final sobre se incluir a gigante chinesa de telecomuni­cações Huawei na implementa­ção da rede 5G britânica foi suspensa com a saída de May. Johnson tem dito que apesar de ver benefícios significat­ivos em investimen­tos de outros países, ele não compromete­ria a infraestru­tura de segurança nacional britânica.

Economia

Prometeu gastar bilhões de libras em serviços públicos e infraestru­tura, incluindo nas áreas de educação, transporte, segurança e banda larga, além de acabar com o congelamen­to de salários do setor público.

Corte de impostos

Boris Johnson tem dito que há espaço para cortar impostos e prometeu aumentar o patamar sobre o qual a taxa de imposto de renda mais elevada incide. Ele também quer aumentar o limite a partir do qual a população começa a pagar pelo seguro social.

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