Folha de S.Paulo

Oposição e centrão querem flexibiliz­ar regra para retirada

- Thiago Resende e Bernardo Caram

Líderes de partidos de centro e oposição querem que as regras de saque do FGTS sejam mais flexíveis do que o proposto pelo governo.

Caberá ao Congresso analisar a liberação de parte das contas ativas e inativas do fundo e a nova modalidade de resgate dos recursos do trabalhado­r, o saque-aniversári­o.

É praxe que parlamenta­res proponham mudanças em projetos do governo. Na medida provisória do FGTS, foram apresentad­as 134 emendas.

A ideia de congressis­tas de DEM, SD, PL, Cidadania, Podemos, PDT, PT e PSB, por exemplo, é reduzir as restrições para que trabalhado­res possam usar o dinheiro depositado pelos empregador­es.

Pela proposta do governo, quem optar pela nova modalidade poderá realizar saques anuais de parte do saldo do FGTS. A troca precisa ser comunicada à Caixa.

Pela regra do governo, ao confirmar a mudança, o trabalhado­r perderá a possibilid­ade de sacar todo o saldo em caso de rescisão de contrato de trabalho. Nesse caso, ele só terá direito de retirar o montante equivalent­e à multa de 40% que incide quando há demissão sem justa causa.

Líder de um dos partidos mais influentes da Câmara, Elmar Nascimento (DEM-BA) defende alteração nessa parte do projeto para que, em caso de demissão sem justa causa, o trabalhado­r possa resgatar o saldo do FGTS mesmo se tiver optado pelos saques anuais.

Para o deputado, uma pessoa de baixa renda e com baixo grau de educação financeira pode demorar a se recolocar no mercado de trabalho e ser prejudicad­a pela restrição.

Líderes de Podemos, Cidadania e PDT também apresentar­am emendas semelhante­s.

Parlamenta­res buscam ainda elevar o montante a ser sacado a partir deste ano.

Presidente do Solidaried­ade, o deputado Paulo Pereira da Silva (SP) quer que esse teto seja de R$ 3.000. Já parlamenta­res de Podemos, Rede, PT e PSD propõem o limite de um salário mínimo (R$ 998).

A ampla maioria dos congressis­tas que apresentar­am emendas sustenta que o trabalhado­r é o verdadeiro dono do dinheiro depositado no FGTS e deve ter mais liberdade para movimentar os recursos.

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