MP da Liberdade Econômica deve ser votada na terça com cortes
Dispensa de Cipa pode cair para elevar chance de aprovação, mas autorização de trabalho aos domingos permaneceria
O deputado federal Jerônimo Goergen (PP-RS) afirmou que acertou com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), a votação da MP (medida provisória) da Liberdade Econômica para a terça-feira (13). Ele é o relator da proposta que institui a Declaração de Direitos de Liberdade Econômica.
À Folha o deputado disse que a data foi definida em reunião nesta quinta-feira (9) com os secretários especiais de Previdência e Trabalho, Rogério Marinho, e da Desburocratização, Paulo Uebel.
Para ampliar as chances de aprovação da medida, relator, governo e o presidente da Câmara dos Deputados discutem cortes em seu texto para a retirada de pontos que dificultem um consenso.
Segundo o relator, o texto aprovado em comissão especial no dia 11 de julho passará por ajustes para evitar questionamentos sobre a constitucionalidade e críticas às mudanças trabalhistas propostas.
A MP foi apresentada pelo presidente Jair Bolsonaro para destravar, segundo o governo, o ambiente de negócios no Brasil. A medida reduz exigências de alvarás de funcionamento para pequenos empreendedores.
O texto, para virar lei, precisa ser aprovado até o dia 27. Caso contrário, caducará e perderá a validade.
Goergen disse que manterá na MP autorização de trabalho aos domingos e feriados para todas as categorias.
Também seguirá na proposta a liberação de bater ponto caso o trabalhador firme acordo individual com a empresa na qual trabalha.
Pelo proposto na MP, um funcionário de qualquer empresa poderá fazer acordo individual com empregador para não bater ponto. As anotações só seriam feitas em casos excepcionais, como horas extras, folgas, faltas e férias.
O relator afirmou que as mudanças na Cipa (comissão interna de prevenção de acidentes) serão retiradas do texto.
O texto da MP mantinha a regra atual, que exige a formação do grupo onde há mais de 20 trabalhadores, porém micro e pequenas empresas passariam a estar dispensadas da obrigação —atualmente elas podem precisar, dependendo do grau de risco de sua atividade.
O fim do adicional de periculosidade para motoboys também cairá.
“Não mexe na essência da proposta”, afirmou. “São mudanças para evitar reações contrárias”, disse Goergen. A intenção é correr porque o prazo para a aprovação é curto.
O deputado afirmou que irá elaborar um texto aglutinativo. Nele, serão mantidas as propostas do governo, as emendas aprovadas na comissão especial e o texto final, com os ajustes necessários.
O secretário de Desburocratização, Paulo Uebel, confirmou que governo, relator e Maia discutem reduções no texto para ampliar as chances de sua aprovação.