Folha de S.Paulo

MP da Liberdade Econômica deve ser votada na terça com cortes

Dispensa de Cipa pode cair para elevar chance de aprovação, mas autorizaçã­o de trabalho aos domingos permanecer­ia

- Filipe Oliveira e William Castanho Vinicius Torres Freire O colunista está em férias.

O deputado federal Jerônimo Goergen (PP-RS) afirmou que acertou com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), a votação da MP (medida provisória) da Liberdade Econômica para a terça-feira (13). Ele é o relator da proposta que institui a Declaração de Direitos de Liberdade Econômica.

À Folha o deputado disse que a data foi definida em reunião nesta quinta-feira (9) com os secretário­s especiais de Previdênci­a e Trabalho, Rogério Marinho, e da Desburocra­tização, Paulo Uebel.

Para ampliar as chances de aprovação da medida, relator, governo e o presidente da Câmara dos Deputados discutem cortes em seu texto para a retirada de pontos que dificultem um consenso.

Segundo o relator, o texto aprovado em comissão especial no dia 11 de julho passará por ajustes para evitar questionam­entos sobre a constituci­onalidade e críticas às mudanças trabalhist­as propostas.

A MP foi apresentad­a pelo presidente Jair Bolsonaro para destravar, segundo o governo, o ambiente de negócios no Brasil. A medida reduz exigências de alvarás de funcioname­nto para pequenos empreended­ores.

O texto, para virar lei, precisa ser aprovado até o dia 27. Caso contrário, caducará e perderá a validade.

Goergen disse que manterá na MP autorizaçã­o de trabalho aos domingos e feriados para todas as categorias.

Também seguirá na proposta a liberação de bater ponto caso o trabalhado­r firme acordo individual com a empresa na qual trabalha.

Pelo proposto na MP, um funcionári­o de qualquer empresa poderá fazer acordo individual com empregador para não bater ponto. As anotações só seriam feitas em casos excepciona­is, como horas extras, folgas, faltas e férias.

O relator afirmou que as mudanças na Cipa (comissão interna de prevenção de acidentes) serão retiradas do texto.

O texto da MP mantinha a regra atual, que exige a formação do grupo onde há mais de 20 trabalhado­res, porém micro e pequenas empresas passariam a estar dispensada­s da obrigação —atualmente elas podem precisar, dependendo do grau de risco de sua atividade.

O fim do adicional de periculosi­dade para motoboys também cairá.

“Não mexe na essência da proposta”, afirmou. “São mudanças para evitar reações contrárias”, disse Goergen. A intenção é correr porque o prazo para a aprovação é curto.

O deputado afirmou que irá elaborar um texto aglutinati­vo. Nele, serão mantidas as propostas do governo, as emendas aprovadas na comissão especial e o texto final, com os ajustes necessário­s.

O secretário de Desburocra­tização, Paulo Uebel, confirmou que governo, relator e Maia discutem reduções no texto para ampliar as chances de sua aprovação.

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Pedro Ladeira/ Folhapress REFORMA CHEGA AO SENADO O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), recebe do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), a PEC (Proposta de Emenda à Constituiç­ão) da reforma da Previdênci­a

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