‘Levantes’ se espalham pela América Latina e o mundo
No chileno La Tercera, tarde de domingo, o general Javier Iturriaga del Campo “anuncia toque de recolher”, determinando que “todos vão para as suas casas”. Passado algum tempo, “prosseguem as manifestações massivas”.
Iturriaga foi perfilado na imprensa chilena como alguém “visto como ‘homem duro’ nas fileiras do Exército”, “especializado em operações” e “ex-adido militar no Brasil”. Na home page do Financial Times, antes, “Piñera invoca lei da era Pinochet para punir manifestantes”.
Começando a circular na véspera da radicalização no Chile, o Miami Herald destacou na capa de domingo a “América Latina inundada por protestos e levantes”.
Iniciando a longa reportagem, “Do Peru ao Equador, do Haiti a Honduras, sinais foram ignorados em meio ao foco de Washington na Venezuela e em Cuba”. Credita os problemas à “estagnação”, às “taxas de crescimento medíocres, em comparação ao boom dos anos 2000”.
Outros jornais americanos não deram tanta atenção, mas a imprensa chinesa, em meio a novas manchetes de incêndios parecidos em Hong Kong, no domingo, aproveitou para fazer a relação.
O editorial do Global Times/ Huanqiu, com foto de ônibus queimados em Santiago e citando Barcelona e outras, opinou que “as elites nos EUA estão pagando o preço por apoiar os tumultos em Hong Kong”. E concluiu que “a violência pode se espalhar para o centro do Ocidente”.
monte líbano
No texto da manchete do libanês Al Nahar, fim de domingo, “os protestos pela deterioração das condições de vida se espalharam por todas as cidades, no Sul, Norte e até no Monte Líbano”. Beirute “segue como o coração que atrai e comanda o curso da mudança”.
‘little england’
No vaivém do brexit, o FT destacou artigo de Jonathan Powell, que foi o principal assessor do exprimeiro-ministro Tony Blair, dizendo que o acordo proposto por Boris Johnson à União Europeia “torna mais próxima uma Irlanda unida”. Escreve que, “paradoxalmente, o brexit fez mais para unir a Irlanda do que o Ira”. E em seguida a Escócia pode deixar a Grã-Bretanha, que se tornaria “Pequena Inglaterra”.