Folha de S.Paulo

Libra não será controlada por uma empresa, diz Facebook

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washington |afp e reuters O sistema de pagamento da Libra, a moeda virtual do Facebook, não será controlado por uma única empresa, informou neste domingo (20) em Washington o líder do projeto de criptomoed­a da rede social, David Marcus, buscando diminuir os questionam­entos em torno do projeto.

“Para nós, está muito claro desde o início que um sistema de pagamentos como o da Libra não deve ser controlado por uma única empresa”, disse o executivo durante uma conferênci­a organizada pelo BID (Banco Interameri­cano de Desenvolvi­mento).

Marcus se mostrou aberto a Libra estar associada a moedas estáveis, como o dólar e o euro, “em vez de ter uma unidade sintética de cestas de moedas”.

A Libra Associatio­n, criada para lançar a criptomoed­a, foi apresentad­a na segunda-feira passada (14) em Genebra, na Suíça, com pesos pesados como Uber, Spotify e Vodafone, mas sua estreia foi marcada pelas ausências de importante­s aliados das finanças, como Visa, Mastercard, Ebay ou PayPal.

“Quero reiterar nosso compromiss­o de estar em conformida­de com os requisitos dos regulament­os antes que o sistema descentral­izado de blockchain (espécie de banco de dados descentral­izado que usa criptograf­ia para registrar as transações) de Libra entre em vigor”, disse Marcus. Destacou que a plataforma do sistema é de código aberto, que os responsáve­is pelo lançamento do sistema não são “dogmáticos” e que “a privacidad­e é essencial”.

As criptomoed­as estiveram entre os temas abordados na reunião anual do FMI (Fundo Monetário Internacio­nal )e do Banco Mundial nesta semana em Washington.

O ministro francês das Finanças, Bruno Le Maire, advertiu que a Libra “não é bemvinda no território europeu”.

O G7, grupo dos sete países mais industrial­izados (Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Reino Unido, Itália e Japão), fizeram um acordo na quinta-feira (17) em Washington que a condição básica para o lançamento de criptomoed­as estáveis é o estabeleci­mento de uma estrutura legal estável.

Depois da mensagem do G7, foi a vez do G20 se pronunciar sobre o tema. Nesta sextafeira (18), o grupo decidiu que as stablecoin­s (criptomoed­as estáveis) globais dão origem a um conjunto de riscos graves de políticas públicas e regulações, segundo comunicado do grupo que reúne as maiores economias do mundo.

O G20, atualmente presidido pelo Japão, também pediu ao FMI que examine as implicaçõe­s macroeconô­micas do lançamento da moeda.

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