MÚSICAS SEGUEM PADRÕES EM TODO O MUNDO, SUGERE ESTUDO
De canções de amor a músicas de dança e de ninar, as
músicas produzidas em culturas diferentes em todo o mundo exibem certos padrões universais, de acordo com um estudo que sugere pontos em comumnamaneiracomoasmentes humanas criam música.
O estudo, publicado na última semana na revista Science, concentrou-se em gravações musicais e registros etnográficos de 60 sociedades em todo o mundo —que vão desde grupos de escoceses até nômades de Nyangatom, na Etiópia, habitantes de florestas tropicais do Mentawai, na Indonésia, e descendentes de escravos africanos no Suriname.
Constatou-se que a música é amplamente associada a comportamentos como cuidados com crianças, dança, amor, cura, casamentos, funerais, guerra, procissões e rituais religiosos.
Os pesquisadores identificaram fortes semelhanças nas características musicais das várias culturas analisadas.
“O estudo dá credibilidade à ideia de que existe algum tipo de conjunto de regras para o modo como as mentes humanas produzem música em todo o mundo. E isso é algo que não podíamos testar até que tivéssemos muitos dados sobre música de muitas culturas diferentes”, disse Samuel
Mehr, pesquisador associado de psicologia em Harvard e principal autor do trabalho.
Luke Glowacki, professor de antropologia da Universidade Penn State e co-autor, disse que muitos etnomusicologistas acreditavam que os recursos de uma determinada peça musical eram mais fortemente influenciados pela cultura da qual ela originava.
“O que encontramos foi muito diferente”, afirmou Glowacki. “Em vez de a música ser modelada principalmente pela cultura de que é originária, a função social da peça influencia suas características de forma muito mais marcante.”
“As músicas de dança soam de certa modo em todo o mundo porque elas têm uma função específica. Canções de ninar ao redor do mundo soam parecidas porque têm função específica. Se a música fosse inteiramente moldada pela cultura e não pela psicologia humana, não se esperaria que essas semelhanças surgissem em culturas tão diversas”, afirmou Glowacki.