Fim de semana perfeito
Nem um sonhador rubro-negro imaginaria um sábado e um domingo assim
Normalmente ser campeão sem jogar é bom, porque sempre é bom ser campeão, mas não é o ideal.
O ideal é ser campeão jogando, vencendo e em casa, diante da torcida em festa.
Ontem foi exceção. Porque o domingo (24) rubro-negro entra para a história do futebol como o melhor já vivido por qualquer torcedor do planeta bola.
Enquanto o time do Flamengo comemorava a épica conquista da Libertadores no Rio ensandecido, o Grêmio, humilhado pelo rubro-negro no torneio continental, e derrotado por seus reservas em Porto Alegre no Brasileiro, derrotava novamente o Palmeiras na casa verde (2 a 1) e entregava de mão beijada o hepta aos cariocas com quatro rodadas de antecedência.
Na quarta-feira (27) o Maracanã lotado será palco apenas do desfile dos campeões e da entrega da taça.
Não que o Flamengo vá entregar o jogo para o Ceará na luta contra o rebaixamento, porque um campeão não faz isso.
Mas, de ressaca, é sobre-humano exigir o que for de Jorge Jesus e companhia vencedora.
Verdade que o Flamengo tem recordes a bater, invencibilidade a manter e, sobretudo, deve respeito à Nação e aos que disputam a sobrevivência com o time cearense, seus rivais Botafogo e Fluminense incluídos.
Ceará, em casa, Palmeiras, fora, Avaí, no Maracanã, e Santos, na última rodada, por enquanto marcado para a Vila Belmiro e, tomara, remarcado para o Pacaembu, são os candidatos a carimbar a faixa rubro-negra.
qua. Tostão
Como dizem os torcedores mais calejados: “nada contra que todos os anos carimbem minhas faixas”.
Profeta Sanchez
Sete anos atrás, Andrés Sanchez previu que, em 2017, o Corinthians seria um dos três maiores clubes do mundo.
OK, ele já se desculpou e não se fala mais nisso.
Sanchez também vaticinou que o Corinthians pagaria o estádio em seis anos, metade do tempo previsto.
Tudo bem, ele também pediu desculpa por tal despautério e o assunto está encerrado.
Agora Sanchez deve desculpas a dois personagens do bicampeonato continental conquistado pelo Flamengo.
Deve desculpas ao ex-presidente Eduardo Bandeira de Mello e ao treinador Jorge Jesus.
Do primeiro disse, em maio de 2018, que “futebol não é a praia dele”.
Sanchez imagina que futebol é atividade que se resolve só dentro das quatro linhas.
Bandeira de Mello fez o que Sanchez não soube fazer: plantou as estacas que permitiram ao Flamengo estar onde está.
Lembremos que, potencialmente, o Corinthians, num estado menos pobre que o Rio, e com maior torcida em casa que o Flamengo, tem tudo para ser maior.
Ao técnico português, em julho deste ano, lançou desafio: “Quero ver daqui a quatro, cinco meses”.
Pois está vendo.
Santo Sampaoli
O Santos é a melhor surpresa do Campeonato Brasileiro.
Quando parecia estar esgotada a quota de emoções do sábado, o time fez uma delícia de jogo ao golear o Cruzeiro por 4 a 1, com show de bola de Soteldo, Evandro e Marinho.
Impossível não eleger Jorge Jesus como o técnico do ano, mas Jorge Sampaoli não seria escolha injusta se compararmos a situação do Flamengo com a do Santos.
O futebol brasileiro deverá para sempre aos dois forasteiros que aportaram no país para nos lembrar da alegria que nosso futebol pode proporcionar quando voltado para fazer gols e não apenas para evitá-los.
Na galeria dos estrangeiros que nos fizeram crescer, ambos têm lugar assegurado.