Para juíza, processo teve problemas graves desde o início
OUTRO LADO
Procurada pela reportagem, a juíza Silvia Maria Rocha informou que não iria se pronunciar fora dos autos e que os fundamentos de sua decisão estão detalhados na sentença.
Em e-mail enviado quando da publicação da reportagem anterior, Silvia afirmou que a causa teve problemas graves desde o início. Segundo a juíza, uma decisão de outro juiz que trabalhou na causa “rejeitou significativa e parte importante da denúncia”.
“Com isso, a parte das acusações que sobrou, principalmente contra Edir Macedo, restou substancialmente desidratada, desfigurada. Por uma série de razões jurídicas que não me cabe, e que estou impedida de discutir no momento, a acusação perdeu o ‘grosso’ da importância”, escreveu a juíza em outubro.
A Igreja Universal do Reino de Deus afirmou, em nota, que as acusações “são completamente equivocadas”.
“Tão equivocadas que, em sentença de 29/10/19, a juíza responsável absolveu os réus na ação proposta pelo Ministério Público Federal (MPF). A magistrada decretou que o MPF não conseguiu provar as afirmações que fez”.
“Perseguido, fiscalizado e investigado como acontece há mais de 30 anos, mais uma vez a verdade prevalece e o Judiciário inocenta de acusações mentirosas o Bispo Edir Macedo e outros oficiais e membros da Universal”, disse.
Procurado, o Bispo João Batista não se pronunciou. Em nota enviada na ocasião da reportagem anterior, ele negou que tenha cometido crimes.
“Eu fui inserido na denúncia em questão sem que houvesse prova de minha participação em qualquer ilícito penal, tão somente em razão de posição de destaque por mim ocupada na Igreja Universal à época dos fatos”, afirmou.
A defesa de Conceição e de Costa não se manifestou. Esta reportagem é resultado de uma parceira transnacional liderada pelo Centro Latino-Americano de Jornalismo Investigativo (CLIP) e pelo Columbia Journalism Investigations da Escola de Jornalismo da Universidade Columbia