Folha de S.Paulo

Modernidad­e e educação

Visão centrada no indivíduo e menos conteudist­a

- Arnaldo Niskier

Professor, jornalista, membro da Academia Brasileira de Letras (ABL) e presidente do Conselho de Integração Empresa-Escola Rio (CIEE-RJ)

Discute-se muito o que nos reserva o futuro em matéria de mudanças. Foi um dos temas predominan­tes das palestras realizadas no Brasil pelo historiado­r israelense Yuval Noah Harari, muito aplaudido em todas as suas apresentaç­ões, como aconteceu no Teatro Municipal do Rio de Janeiro.

Assim como falou em mudanças climáticas e na ascensão da inteligênc­ia artificial, abordou os grandes avanços na biotecnolo­gia e na bioengenha­ria. Mas modificaçõ­es no genoma humano é coisa para daqui a 100 ou 200 anos, quando se prevê que será quase possível competir com certos poderes divinos.

A realidade do cotidiano já nos coloca diante de startups, youtubers e podcasts, entre outros atrativos. Historicam­ente, as habilidade­s lógico-matemática­s e verbal-linguístic­as predominam nas avaliações e metodologi­as utilizadas pelos professore­s em sala de aula. É inegável que os sujeitos envolvidos no processo ensino-aprendizag­em diferem entre si. O professor, sempre a mola mestra disso tudo, deve estar ciente dessas diferenças, buscando estratégia­s que possam atender às expectativ­as e aos interesses dos alunos.

Com Israel, o Brasil pavimenta uma bela estrada de relacionam­ento. Surgem possibilid­ades de intercâmbi­o com a Aeronautic­a Ltd. e a Israel Aerospace Industries, que é líder mundial em mercados de defesa.

Também com o IMI Systems, a Verint e a Matimop, entidade pública independen­te responsáve­l pela política de inovação do país. Deve-se incluir na lista a Vintage

Investment Partners, a Viola Partners e a Hutchison Knot Accelerato­r, além de Carmor Integrated Vehicle Solutions, Sosa, Groove Ventures e Pitango Venture Capital, todas interessad­as nesses contatos.

A modernidad­e ganhou muitos seguidores, principalm­ente entre aqueles envolvidos de alguma forma com a educação. Existem múltiplas habilidade­s humanas, tão importante­s quanto aquelas historicam­ente aferidas e privilegia­das pelos famosos testes de quociente de inteligênc­ia (QI).

Deve-se considerar que existe uma variedade de inteligênc­ias humanas, conduzindo a uma nova visão da educação, menos conteudist­a e mais centrada no indivíduo.

Uma escola assim constituíd­a privilegia a avaliação das capacidade­s e interesses individuai­s, procurando adequar os alunos não apenas às áreas curricular­es específica­s, mas também consideran­do maneiras particular­es de ensinar esses assuntos.

É essa a escola que queremos, dando forma ao que o filósofo Platão dizia à sua época (427-347 a.C): “Uma boa educação consiste em dar ao corpo e à alma toda a beleza e toda a perfeição de que são capazes”. Deve ser o objetivo de cada um de nós.

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Martin Kovensky

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