Folha de S.Paulo

Siglas afirmam que pagamentos a firmas são legais

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Partidos, empresas e políticos afirmam que a prestação de serviços às legendas é regular e que não há impeditivo na legislação.

O PSD diz que a lei e o estatuto do partido permitem que filiados, dirigentes ou não, prestem trabalhos. “Independen­temente dessa condição, todos os serviços contratado­s foram efetivamen­te prestados.”

O PT afirmou que possui 40,5 mil dirigentes municipais pelo país e que o número de casos levantados pela reportagem, nesse universo, mostra que o partido não privilegia a contrataçã­o de seus filiados.

“O financiame­nto público dos partidos políticos é uma conquista voltada à redução da influência do poder econômico no regime democrátic­o. Por isso mesmo tem sido alvo dos ataques de um falso republican­ismo, que visam a desqualifi­car o sistema político.”

O Pros, presidido por Eurípedes Macedo Júnior, afirmou que é muito criterioso ao contratar serviços e adquirir bens, sempre fazendo pesquisas de preço e qualidade.

“Não é factível pagar mais caro pela simples exigência de não coincidênc­ia entre o quadro societário das empresas e membros. Em suma, na relação constam equipament­os e materiais para estrutura do Pros e prestação de serviços advocatíci­os e comunicaçã­o.”

Sobre o pagamento à empresa de Eurípedes, diz que à época ele não integrava o quadro societário.

A deputada estadual gaúcha Luciana Genro (PSOL) disse que trabalhou como advogada do PSOL, atuando em ações judiciais, como contra o aumento da tarifa de transporte, em consultori­a política e na elaboração de programas de governo do partido.

O ex-ministro Ciro Gomes disse, por meio de sua assessoria, que já se pronunciou sobre a atuação de seu escritório anteriorme­nte.

No início do ano, quando a Folha mostrou que o Xerez Saldanha Vasconcelo­s e Ciro Gomes Advogados Associados recebeu R$ 80 mil da candidatur­a do pedetista em 2018, ele disse que os serviços prestados eram públicos e poderiam ser consultado­s na Justiça Eleitoral e que tinha se afastado das atividades do escritório durante a campanha eleitoral.

Rafael Carneiro, que integra o Conselho de Ética do PSB, disse, por meio de sua assessoria, que não há vedação legal ou moral que impeça um advogado filiado de prestar serviços a um partido.

Afirma que integra o conselho, no qual dirigentes partidário­s são vedados, após ter sido convidado devido à sua experiênci­a na área, que inclui serviços ao partido há mais de uma década.

O escritório Cedraz Advogados informou que presta toda a assessoria jurídica consultiva do Solidaried­ade, incluindo a representa­ção em mais de cem ações judiciais, principalm­ente em cortes superiores.

Afirma que seus sócios apenas compõem a assembleia geral, sem poder deliberati­vo, e que, na Justiça Eleitoral, a contrataçã­o do escritório jamais foi questionad­a.

Os outros citados na reportagem foram procurados, mas não respondera­m.

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