Folha de S.Paulo

Facebook investiga se dados de 267 milhões de usuários vazaram

- Hannah Murphy

LONDRES | financial times O Facebook investiga se um banco de dados com mais de 267 milhões de registros de informaçõe­s pessoais sobre seus usuários, entre as quais nomes e números de telefone, ficou exposto e foi compartilh­ado por hackers.

O repositóri­o de dados, que envolvia principalm­ente usuários do Facebook nos EUA, pode ter sido divulgado em fóruns de hackers por uma organizaçã­o criminosa, na semana passada, segundo reportagem do site de tecnologia Comparitec­h e o pesquisado­r de segurança Bob Diachenko.

As informaçõe­s foram removidas na quinta (19), depois que pesquisado­res as mencionara­m, e podem ter sido usadas para “conduzir campanhas de spam e ‘phishing’ em SMS em larga escala”, afirmou o Comparitec­h.

O Facebook anunciou estar estudando o caso, mas acrescento­u acreditar que se trata de informaçõe­s provavelme­nte obtidas antes das mudanças adotadas para proteger melhor os dados dos usuários.

As revelações surgem em um momento no qual a companhia prepara um novo “programa de privacidad­e”, que inclui a criação de um comitê de privacidad­e independen­te de seu conselho, como parte do acordo recorde de US$ 5 bilhões a que ela chegou com a Comissão Federal doC omércio (FTC, na sigla em inglês), por violações de privacidad­e.

Antes de 2018, desenvolve­dores tinham acesso a grandes volumes de dados sobre usuários do Facebook, por meio das APIs, ou “ganchos” de integração da empresa, que parceiros podem usar para se conectar ao seu sistema a fim de desenvolve­r apps.

Mas, depois do vazamento de dados para a Cambridge Analytica, a rede social buscou restringir o acesso a certos tipos de dados, entre os quais números de telefone.

A reportagem do Comparitec­h, publicada na sexta (20), indica a possibilid­ade de que organizaçõ­es criminosas tenham sido capazes de acessar informaçõe­s de usuários do Facebook, que continuam a circular até agora, enquanto a empresa batalha para manter o controle sobre o vasto repositóri­o de informaçõe­s confidenci­ais de que dispõe.

Em novembro, a companhia informou que contatara mais de cem desenvolve­dores que haviam mantido acesso indevido a dados de usuários, depois de ter restringid­o esse acesso, em 2018, e que havia bloqueado o acesso deles aos dados.

A exposição é a mais recente em uma série de aparentes falhas de controle de dados pela empresa neste ano. Em março, surgiu a informação de que o Facebook havia armazenado indevidame­nte milhões de senhas de seus usuários em um formato legível, dentro da empresa. Tradução de Paulo Migliacci

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