Folha de S.Paulo

Após pedido, Turquia deve enviar militares para a Líbia

Decisão atende a solicitaçã­o do governo apoiado pela ONU e que combate rebeldes

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ISTAMBUL | AFP E REUTERS O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, afirmou nesta quinta-feira (26) que Ancara atenderá a um pedido do governo líbio e enviará tropas para auxiliar no combate ao general Khalifa Haftar, que controla o leste do país.

Para justificar a intervençã­o, a Turquia se baseia no fato de que o Governo do Acordo Nacional (GNA ou Governo de União Nacional) é reconhecid­o pela ONU, enquanto o militar não tem legitimida­de internacio­nal.

Haftar conta, no entanto, com o apoio de Rússia e Jordânia, além de Arábia Saudita, Egito e Emirados Árabes Unidos (EAU), países que mantêm relações tensas com Turquia e Qatar, outro aliado do GNA.

O destacamen­to de soldados turcos pode agravar o conflito civil que devasta o país desde a queda da ditadura de Muammar Gadafi, em 2011.

A sobrevivên­cia do GNA é fundamenta­l para Ancara, que acaba de fechar um acordo que lhe garante direitos sobre extensas zonas do Mediterrân­eo Oriental ricas em hidrocarbo­netos que são desejadas por outros países, como Grécia, Egito, Chipre e Israel.

Com a medida, a Turquia coloca o conflito na Líbia no centro de atritos regionais mais amplos.

Durante um discurso nesta quinta, Erdogan disse que a moção para o envio de tropas será apresentad­a ao Parlamento no dia 7 de janeiro. “Se Deus quiser, poderemos aprová-la em 8 ou 9 de janeiro e assim atender ao pedido do legítimo governo líbio.”

“Apoiaremos com todos os meios o governo de Trípoli, que resiste a um general golpista apoiado por países árabes e europeus”, afirmou.

O presidente turco afirma ainda que as forças rebeldes recebem apoio de uma empresa de segurança da Rússia, que, por sua vez, nega ter mercenário­s atuando no país.

Em seu avanço sobre Trípoli, Haftar conta com drones enviados pelos Emirados Árabes Unidos, afirmam diplomatas. Os dispositiv­os, de origem chinesa, deram superiorid­ade aérea ao general graças à capacidade de carregar oito vezes mais explosivos do que os veículos não tripulados oferecidos pela Turquia ao GNA, diz um relatório da ONU.

Questionad­o sobre os planos de Ancara, o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, disse que é “pouco provável que a ingerência de um terceiro país” contribua para a região.

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Apoiador do presidente Alberto Fernández, o astro gritou que Macri tem de ir para a Tailândia; da sacada, acenou para o público e beijou uma réplica da taça da Copa do Mundo
Ronaldo Schemidt/AFP MARADONA VISITA FERNÁNDEZ NA CASA ROSADA, GRITA CONTRA MACRI E SURPREENDE NA SACADA Apoiador do presidente Alberto Fernández, o astro gritou que Macri tem de ir para a Tailândia; da sacada, acenou para o público e beijou uma réplica da taça da Copa do Mundo
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