Criar reserva de emergência é o primeiro passo
Planejar a aposentadoria ou seu complemento é criar um projeto de investimento. É importante que esse cronograma contemple uma reserva de emergência, metas de curto prazo e aportes para poupança com resgate apenas no longo prazo.
Proteger-se contra o desemprego é essencial, diz o consultor e educador financeiro André Massaro. Caso esse problema surja, a reserva para problemas inesperados evita a necessidade de movimentação de recursos já investidos para o futuro.
O volume a ser poupando deve ser definido individualmente. Mas, dependendo da qualificação, o indivíduo demora até 12 meses para se recolocar, diz o especialista. Portanto, é necessário acumular a soma de salários referente a esse período.
Como é impossível prever uma emergência, ele sugere liquidez diária ou semanal com retorno real. Até a caderneta de poupança.
Entram nesta lista, de acordo com Massaro, títulos públicos Tesouro Direto Selic, com baixo risco, já que seria necessário o país quebrar e o governo federal não pagar.
Também são sugeridos os CDBs (Certificados de Depósito Bancário), que têm como principal risco a quebra dos bancos emissores. Mas, nesse caso, o FGC (Fundo Garantidor de Créditos) garante ao investidor até R$ 250 mil.
Após acumular a reserva para fins imprevisíveis, o momento é de estabelecer as metas de curto prazo. Trocar de carro, viajar para o exterior, reformar a residência ou ingressar em uma pós-graduação são exemplos.
Sem a necessidade de saque imediato, o educador orienta diversificar as aplicações com o acréscimo de títulos indexados à inflação. “É uma maneira de se proteger da inflação.”
O terceiro passo são os aportes para a previdência. Nessa etapa, o investidor deve definir o seu perfil para não sofrer com a performance dos seus ativos e acabar resgatando em baixa, perdendo dinheiro.
Conservadores deverão olhar para investimentos seguros, de risco e rentabilidades menores. Como o prazo para resgate é de muitos anos, os juros sobre juros devem garantir um bom resultado.
O investidor moderado, que suporta mais emoções, pode colocar pequena parcela do valor investido em CDB de bancos de segunda linha, que pagam mais do que 100% do CDI, sugere o professor de finanças corporativas Haroldo Monteiro, da unidade do Rio de Janeiro da Trevisan Escola de Negócios.
Ele cita ainda como boas opções os CRI (Certificados de Recebíveis Imobiliários) e os CRA (Certificados de Recebíveis do Agronegócios). Principalmente porque são protegidos pelo FGC.
Para quem é considerado agressivo, que busca maior rentabilidade mesmo apostando mais em risco, os especialistas orientam a diversificação da carteira.
Fundos de investimentos, fundos multimercado, de índices (ETFs), ações e debêntures entram nas opções para esse perfil. Investimentos com retornos esperados acima de 130% do CDI.