Folha de S.Paulo

Gás de cozinha sobe 5% a partir desta sexta

Alta vale para todos os tipos de GLP; Petrobras já havia reajustado botijão de 13 kg em 5% em outubro e em 4% em novembro

- Júlia Moura

A Petrobras irá reajustar o preço do gás de cozinha em cerca de 5% a partir desta sexta-feira (27), segundo a Folha apurou. A alta vale para todos os tipos de GLP (gás liquefeito de petróleo), que inclui botijões de uso doméstico (13 kg) e industrial (embalagens acima de 13 kg).

Segundo a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombust­íveis), o preço médio do botijão de 13 kg era de R$ 69,11 em novembro.

É o terceiro aumento seguido no preço do gás para botijões de 13 quilos. Em novembro, a companhia reajustou em 4% o preço do gás de cozinha. Em outubro, a alta foi de 5%.

Após seis ajustes no ano (cinco altas e uma queda de 8,2%), o combustíve­l tem alta acumulada de quase 10%.

A política de preços da Petrobras prevê o acompanham­ento de longo prazo das cotações internacio­nais, usando médias de 12 meses, com o objetivo de evitar o repasse ao consumidor brasileiro de efeitos sazonais, como aumento do consumo durante o inverno no hemisfério Norte.

O ano tem sido de aumento generaliza­do no setor de gás. Houve também alta expressiva no gás natural. Entre junho de 2018 e junho de 2019, o preço desse gás entregue a distribuid­oras subiu quase 30%.

O preço do gás natural vendido pela Petrobras também acompanha a variação das cotações internacio­nais de óleos combustíve­is e o câmbio. É ajustado a cada três meses.

A alta em 2019 tem forte impacto da escalada do dólar a partir do período eleitoral, quando a moeda americana chegou a bater a casa dos R$ 4,10. Neste ano, o dólar foi a R$ 4,26 e agora está em R$ 4,06.

O governo de Jair Bolsonaro considera o setor de gás estratégic­o e iniciou um programa para reduzir a pressão de preços no setor. O projeto prevê a redução da participaç­ão da Petrobras no gás e o aumento da concorrênc­ia privada.

O pacote em gestação inclui ainda outros três pilares: revisão do modelo tributário do setor, incentivo ao uso do gás para geração de energia e novo marco jurídico para a distribuiç­ão, para apoiar a figura dos consumidor­es livres de gás (que podem negociar o produto sem a distribuid­ora).

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