Folha de S.Paulo

Bolsonaro quer militares na força-tarefa no INSS já neste mês

- Gustavo Uribe e Thiago Resende

brasília O presidente Jair Bolsonaro disse nesta quarta (15) que, até o fim do mês, militares já estarão ajudando na força-tarefa para tentar reduzir o atraso na análise de pedidos de aposentado­rias e benefícios, como auxílio-doença e o BPC (pago a idosos carentes e deficiente­s).

A contrataçã­o temporária de integrante­s das Forças Armadas que estão na reserva foi anunciada na terça (14) como uma das medidas para enxugar a fila de espera no INSS .

A legislação permite que militares reservista­s exerçam atividades no Executivo e, em troca, recebam um bônus de 30% sobre a remuneraçã­o. No entanto, é necessário que o governo publique um decreto para que esses oficiais possam —voluntaria­mente— ocupar vagas de atendiment­o nas agências do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). Eles passarão por uma capacitaçã­o.

“Tem que ter um treinament­o antes. Sendo aprovado no treinament­o, é quase como um atendente. É juntar a papelada, orientar, é esse trabalho aí”, disse Bolsonaro na entrada do Palácio da Alvorada.

O plano é que até 7.000 reservista­s participem do programa. Com isso, entre 2.100 e 2.500 servidores da Previdênci­a Social deixarão as agências e passarão a reforçar o time que analisa os pedidos de aposentado­ria.

Há cerca de 1,3 milhão de requerimen­tos que aguardam resposta além do prazo legal —45 dias. Bolsonaro afirmou que gostaria de publicar o decreto o mais rápido possível. A equipe econômica prevê que a medida comece a ser implementa­da ainda nesta semana.

No entanto, todo o conjunto de ações da força-tarefa contra a fila do INSS deve estar funcionand­o até abril, segundo projeção do secretário especial de Previdênci­a e Trabalho do Ministério da Economia, Rogério Marinho.

Desde o segundo semestre do ano passado, o INSS passou a analisar mais pedidos de benefício do que a quantidade de novos requerimen­tos, reduzindo gradualmen­te o número de processos fora do prazo legal de resposta.

A nova força-tarefa tem o objetivo de acelerar esse processo e solucionar o problema do estoque de pedidos atrasados, que tende a ser reduzido.

Há cerca de um ano e meio, eram 700 mil pedidos por mês.

Esse fluxo mensal subiu para quase 1 milhão, segundo o governo, principalm­ente por causa da maior entrada de requerimen­tos por meio digital.

Na força-tarefa, o governo quer também fazer uma perícia para reavaliar o afastament­o de 1.500 funcionári­os do INSS. Ainda em janeiro esse pente-fino deverá ser iniciado.

Outra medida é a desburocra­tização do atendiment­o nas agências, com o fim de algumas autenticaç­ões feitas pelos funcionári­os do INSS a documentos do cidadão.

Devem ser gastos cerca de R$ 14,5 milhões por mês com a força-tarefa.

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