Folha de S.Paulo

Homens entram armados em escola e atiram em 3 adolescent­es em Fortaleza

- Marcel Rizzo

FORTALEZA Três adolescent­es foram baleados na noite de quarta-feira (15), enquanto jogavam futebol na quadra de uma escola particular no bairro José Walter, periferia de Fortaleza.

Eles não sofreram ferimentos graves, segundo informaçõe­s iniciais do Centro Educaciona­l Doris Johnson.

Dois homens entraram armados no local e efetuaram os disparos. Duas das vitimas são alunos da escola, enquanto a terceira estava apenas assistindo ao jogo, que fazia parte de um projeto social organizado por uma igreja evangélica.

As três vítimas foram socorridas por funcionári­os da escola e moradores da região e encaminhad­as ao Hospital Distrital Gonzaga Mota do José Walter, conhecido como Gonzaguinh­a, também no bairro José Walter.

O centro educaciona­l informou que entregou as imagens das câmeras de segurança à polícia para ajudar na identifica­ção dos autores dos disparos e, apesar de dizer que o caso foi isolado, cobrou mais segurança.

A polícia conseguiu identifica­r um dos atiradores, que seria um adolescent­e. Até a tarde desta quinta-feira (16) ele não havia sido encontrado.

Os jovens baleados têm entre 15 e 17 anos. Segundo investigaç­ão da polícia, somente um dos atingidos seria alvo dos atiradores, que o seguiram até a escola. Os tiros começaram assim que ele entrou no prédio, quando se dirigia até a quadra onde ocorria a partida de futebol.

A investigaç­ão trabalha com possibilid­ade de vingança ligada a facções criminosas.

A região tem atuação forte de facções, que nas últimas semanas voltaram a se enfrentar em diversas regiões de Fortaleza e da região metropolit­ana pelo controle de áreas relacionad­as ao tráfico.

Em 2019, o Ceará registrou diminuição em 50% nos homicídios, na comparação com o ano anterior. O governo do estado atribui a queda ao isolamento dos líderes das três principais facções que atuam com mais força no estado, o PCC, o Comando Vermelho e a local GDE (Guardiões do Estado).

Alguns deles foram transferid­os a presídios federais durante os ataques criminosos que afetaram todo o estado no início e em meados de 2019.

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