Folha de S.Paulo

Com fé, eu vou

- Mariana Carneiro (interina) painel@grupofolha.com.br

O prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), baixou na última semana resolução que cria uma via rápida para a aprovação de isenção do IPTU para templos religiosos. A medida entra em vigor em 1º de fevereiro e deve acelerar a análise de pedidos, que podem levar anos, para uma solução ainda em 2020. O projeto, idealizado pelo presidente da Câmara, Eduardo Tuma (PSDB), frequentad­or da igreja Bola de Neve, é aceno de Covas, que tenta a reeleição, a um eleitorado crescente.

NO PONTO A novidade atende a templos que usam imóveis alugados —a maior parte evangélico­s. Igrejas em edifícios próprios já têm acesso ao benefício há mais tempo.

SEM RELAÇÃO A gestão Covas diz que não há interesse eleitoral na medida, que já estaria sendo desenvolvi­da há meses.

ACELERA Com a mudança, a aprovação de pedidos será automática, via internet, bastando que os documentos estejam adequados às regras.

TORCIDA Aliados de Covas acreditam que a candidatur­a de Márcio França (PSB) à Prefeitura de SP não terá força para prosperar. A avaliação é que o tucano dominou o centro com uma aliança que hoje soma nove partidos. Nos extremos, estarão o PT e a direita que mimetizará Jair Bolsonaro. Para eles, o ex-governador já teria perdido o bonde.

DESLOCADO Eles interpreta­m os contatos de França com o apresentad­or José Luiz Datena e Paulo Skaf —este último cada vez mais próximo de Bolsonaro— como um derradeiro recurso. O flerte teria contribuíd­o para o esfriament­o das conversas com Marta Suplicy, que hoje namora o PT.

ÀS CLARAS Ao Painel, França disse discordar do diagnóstic­o e negou aproximaçã­o com Bolsonaro, apesar de não rejeitar um apoio tardio. Em um eventual segundo turno contra Covas, diz ele, “Bolsonaro não errará mais uma vez”, em referência ao apoio dado a João Doria em 2018. “Acho que o presidente tem percebido a diferença de adversário leal e inimigo oculto”, afirma.

VAI QUE É TUA O PT definiu os próximos líderes na Câmara e no Senado: Enio Verri (PTPR) e Rogério Carvalho (PTSE), respectiva­mente.

EMPURRÃO Em busca de grandes cidades, o PDT quer lançar o deputado estadual Miro Sanova à prefeitura de Ananindeua, segunda cidade mais populosa do Pará.

O IRÃ É AQUI Na semana em que a Petrobras anunciou a redução de 3% na gasolina e no diesel às distribuid­oras de combustíve­is, os preços cobrados ao consumidor subiram.

O IRÃ É AQUI 2 Levantamen­to da ANP (Agência Nacional do Petróleo), que será divulgado na segunda (20), mostra que a gasolina chegou ao preço mais alto neste ano. Já o diesel, ponto sensível para os caminhonei­ros —importante base de apoio político de Jair Bolsonaro—, aumentou pela sétima semana seguida.

VERDE Nem o etanol aliviou e subiu 1,76%. Com isso, a vantagem de se abastecer com o combustíve­l, em vez da gasolina, desaparece­u em boa parte do país, o que não acontecia desde abril de 2018.

FREIO Além do aumento da margem de lucro de distribuid­oras e postos, em meio às notícias do conflito no Oriente Médio, outra razão, segundo Décio Oddone, diretor da ANP, é o método de cobrança do ICMS, que não permite a redução rápida do preço nas bombas.

ÁGUA MOLE Apesar da resistênci­a da classe política, o Ministério da Economia não desistiu de tentar emplacar a medida que propõe a extinção de municípios que dependem de repasses da União para sobreviver. O argumento é que as despesas com as máquinas públicas não se justificam.

ÁGUA MOLE 2 Levantamen­to da pasta mostra que, entre os 30 menores municípios, os gastos com prefeitos, secretário­s e vereadores é de R$ 20 milhões por ano. Em alguns casos, como em Grupiara (MG), com 1.388 habitantes, há um secretário municipal para 115 moradores. Em SP, a razão é de um para 491.000.

JÁ VOLTO O chanceler argentino, Felipe Solá, atrasou a data da primeira visita ao Brasil para 12 de fevereiro. Antes, irá ao Vaticano, junto com o presidente Alberto Fernández, ver o conterrâne­o papa Francisco.

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