A história do processo, de um telefonema à absolvição
21.ABR.19 A PRIMEIRA CONVERSA
O presidente americano, Donald Trump, liga para parabenizar o recém-eleito presidente da Ucrânia, o ator Volodimir Zelenski (que tomaria posse em maio). Os dois trocam elogios na ligação (que teve transcrição divulgada em novembro).
25.ABR.19 BIDEN CANDIDATO
O ex-vice de Barack Obama (2009-2017) anuncia sua pré-candidatura.
MAI.19 TROCA DE EMBAIXADOR
A diplomata de carreira
Marie Yovanovitch é demitida do posto em Kiev após pressão do advogado pessoal de Trump, Rudy Giuliani, e de Lev Parnas, empresário da Flórida.
3.JUL.19 PACOTE CONGELADO À Câmara o tenente-coronel Alexander Vindman afirma que tomou conhecimento no início de julho que a Casa Branca ordenou a suspensão do envio de um pacote de pacote de ajuda militar de US$ 391 milhões (R$ 1,6 bilhão). 25.JUL.19 A LIGAÇÃO DA DISCÓRDIA
Trump liga novamente para falar com Zelenski e pede que o ucraniano investigue
Hunter Biden, filho de
Joe. Hunter fez parte do conselho de administração de uma empresa suspeita de corrupção na Ucrânia. O conteúdo da ligação foi divulgado em setembro.
12.AGO.19 A PRIMEIRA DENÚNCIA
Um agente que participou como ouvinte da ligação de julho (que não teve a identidade revelada) faz uma denúncia à CIA de que o presidente teria
abusado de seu poder ao pressionar Zelenski e que isso ameaçava o sistema eleitoral americano. Em 19.set, o jornal The Washington
Post revela o caso.
10.SET.19 BOLTON CAI
Trump demite o assessor de Segurança Nacional, John Bolton. Mais tarde, surgiriam evidências de que ele recebeu ordens do presidente para reter o pacote de ajuda até que a Ucrânia anunciasse a reabertura do inquérito envolvendo os Bidens.
24.SET.19 ABERTURA DO PROCESSO
‘Isso é uma violação da Constituição americana. O presidente precisa ser
responsabilizado. Ninguém está acima da lei’: assim a presidente da Câmara, Nancy Pelosi, anuncia a abertura do processo de impeachment contra Trump por causa do caso.
8.OUT.2019 RECUSA DE PEDIDOS
A Casa Branca se nega a entregar documentos requisitados pelos deputados e proíbe que seus funcionários prestem
depoimentos à Câmara. A decisão é a base da segunda acusação contra Trump, a de que o presidente obstruiu os poderes de investigação do Congresso.
31.OUT.19 CÂMARA DÁ APOIO
Na primeira votação sobre o caso, 232 deputados são favoráveis a continuação do inquérito contra Trump —196 são contrários. Nenhum republicano votou a favor da continuação do processo, e só dois democratas votaram a favor do presidente. A divisão partidária se repetiria em todas as votações subsequentes no Congresso.
DE 13 A 21.NOV.19 DEPOIMENTOS PÚBLICOS
Em audiências públicas (antes elas eram fechadas), o Comitê de Inteligência da Câmara entrevista 12 testemunhas —atuais ou ex-integrantes do governo. A ex-embaixadora Marie Yovanovitch afirma que Trump fez uma ‘campanha de difamação’ para tirála do cargo porque ela se recusou a ajudar a pressionar Zelenski. Já Gordon Sondland, embaixador dos EUA para a União Europeia, afirma que pressionou o líder ucraniano por “ordem expressa” do presidente americano.
3.DEZ.19 A ACUSAÇÃO
Após dois meses de investigação, o Comitê Judiciário da Câmara aprova um relatório que acusa
Trump de ter abusado do poder ao pressionar Zelenski e de obstrução do Congresso ao tentar impedir a investigação. No dia 10, a Casa acusa formalmente o presidente nos dois artigos.
18.DEZ.19 APROVAÇÃO NA CÂMARA
Em uma sessão histórica, Trump se torna o terceiro presidente da história americana a ter seu impeachment aprovado na
Câmara (os dois anteriores foram absolvidos no Senado). Foram 230 votos a favor da acusação de abuso de poder (197 contrários) e
229 a favor da acusação de obstrução (198 conta).
15.JAN.20 PROCESSO NO SENADO
Por quase um mês, o processo fica parado devido a uma queda de braço entre deputados e senadores. Pelosi disse que só enviaria o texto para a Casa vizinha se o líder republicano no Senado, Mitch McConnell, se comprometesse a convocar
novas testemunhas, o que ele se recusava a fazer. Os democratas esperavam que as testemunhas barradas do processo na Câmara fossem finalmente ouvidas. No fim, Pelosi aceita a posição dos senadores e envia o processo. No dia seguinte, os senadores prestam o juramento do júri e no dia 21 o julgamento começa oficialmente.
26.JAN.20 O LIVRO DE BOLTON
O jornal The New York Times revela que, em livro não publicado, o ex-assessor de Segurança Nacional afirma que o presidente lhe disse que iria suspender o envio de um pacote de ajuda à Ucrânia como forma de pressionar Zelenski a investigar os Bidens. O congelamento da verba já era de conhecimento público, mas a afirmação de Bolton aumentou a suspeita de que o republicano usou o dinheiro para propor uma troca de favores com o ucraniano.
31.JAN.20 TESTEMUNHAS RECUSADAS
A convocação de novas testemunhas monopoliza as atenções do Senado. Os democratas (minoria) tentam convencer republicanos moderados sobre a medida, mas a proposta é rejeitada. Com isso, o debate fica restrito a uma guerra de versões,
com os procuradores indicados pela Câmara
(um grupo de deputados democratas) defendendo a condenação de Trump e os advogados do presidente pedindo sua absolvição.
5.FEV.20 A ABSOLVIÇÃO
Com amplo apoio entre a maioria republicana no Senado, Trump é absolvido das duas acusações.