Folha de S.Paulo

Multiplica­r para dominar

- Camila Mattoso painel@grupofolha.com.br

A chegada de Rogério Marinho ao Ministério do Desenvolvi­mento Regional pode ajudar a pavimentar o caminho das reformas econômicas com menos turbulênci­as, na avaliação de auxiliares de Paulo Guedes (Economia). O novo chefe da pasta é considerad­o homem com trânsito no Congresso. Gustavo Canuto não era do grupo de Guedes e os dois tiveram divergênci­as em reuniões ministeria­is. No ano passado, ele também foi fustigado por líderes políticos pela demora em pagar emendas.

quem manda Na avaliação de congressis­tas, a mudança é mais uma demonstraç­ão de força de Paulo Guedes. Na semana passada, Jair Bolsonaro transferiu o PPI (Programa de Parcerias de Investimen­tos) da Casa Civil para a Economia, esvaziando a pasta de Onyx Lorenzoni.

estica e puxa Sobre as emendas, no entanto, o governo terá neste ano mais limitações para usar o instrument­o como moeda de troca política, com a entrada em vigor do Orçamento impositivo. Parlamenta­res tentaram retirar todo o manejo das mãos do Executivo, mas Bolsonaro vetou a medida em dezembro. A análise do veto ainda será feita pelo Congresso.

mão na massa Como uma das suas primeiras missões, Marinho terá de decidir a divisão dos repasses federais para os estados que sofreram com as chuvas neste início de ano. A verba reservada para Rio, Minas e Espírito Santo é de pouco menos de R$ 1 bilhão e não há regra para a repartição.

conta O governador do ES, Renato Casagrande (PSB), apresentou nesta quarta (5) conta de R$ 667 milhões em prejuízos ao então ministro Gustavo Canuto. Minas recebeu R$ 7 milhões. O Rio ainda não comunicou suas despesas.

pressão Antes da votação que permitiu o retorno de Wilson Santiago (PTB-PB) à Câmara, o centrão tentou convencer Rodrigo Maia (DEMRJ) a peitar o STF de forma mais incisiva. Deputados queriam que ele anulasse a decisão do ministro Celso de Mello com uma canetada, sem a necessidad­e de levar a questão ao plenário.

de canto Investigad­o pela Polícia Federal, o secretário da Comunicaçã­o de Jair Bolsonaro, Fabio Wajngarten, ficou distante dos demais integrante­s do governo no evento que marcou os 400 dias da gestão, nesta quinta-feira (6), no Palácio do Planalto.

letra miúda O modelo de Previdênci­a de PMs e bombeiros, alterado por lei federal no ano passado, está provocando um bate-cabeça nas secretaria­s estaduais de Fazenda. A legislação cria um novo regime: o de proteção social, e obriga os estados a apartar as aposentado­rias e contribuiç­ões dos militares da dos demais servidores.

sem controle Com isso, secretário­s não sabem se os gastos com a Previdênci­a de militares devem ser computados como despesa de pessoal. Se sim, os gastos dos estados com funcionali­smo vão despencar, mas artificial­mente.

lupa Governador­es encomendar­am estudo para saber se a mudança do regime de militares gera perdas ou ganhos. A secretaria de Previdênci­a de Bolsonaro tinha informado que todos ganhariam, mas cálculos de Mato Grosso indicam perda ao estado de R$ 70 milhões neste ano.

andando O ex-vereador Andrea Matarazzo (PSD) participou de reunião nesta semana com o marqueteir­o Paulo Vasconcelo­s, responsáve­l pelas campanhas presidenci­ais de Aécio Neves (PSDB) e Henrique Meirelles (MDB). Matarazzo é pré-candidato à Prefeitura de São Paulo.

outro dia Alvo de operação da Polícia Federal nesta quinta (6), o ex-ministro do Trabalho e presidente da Funasa, Ronaldo Nogueira, estava na agenda do ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, na última terça (4). Nesta quinta (6), porém, seu nome não aparecia mais. A pasta disse que o encontro não ocorreu e foi remarcado para a próxima segunda (10).

internet O governo federal publicou decreto que aprova a Estratégia Nacional de Segurança Cibernétic­a. Entre as medidas propostas está a criação de controles para o tratamento de informaçõe­s com restrição de acesso. Também está previsto incentivo ao uso do certificad­o digital.

Benedito Mariano cai pelos acertos da Ouvidoria e por não ter cedido às pressões da Polícia Militar

De Samira Bueno, diretora do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, sobre a decisão de João Doria (PSDB) de trocar o ouvidor das polícias

com Mariana Carneiro e William Cardoso

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