Após Petrobras, venda de ações do frigorífico é próxima meta do BNDES
rio Depois de concluir, nesta sexta (7), a operação de venda de parte de suas ações na Petrobras, o BNDES deve começar o planejamento para se desfazer de sua participação no frigorífico JBS.
O banco de fomento é dono de 21,32% das empresas dos irmãos Batista, participação adquirida em uma série de operações para apoiar a expansão do grupo, que se tornaram alvo de polêmica e de investigações nos últimos anos. Pela cotação desta quinta, a fatia vale R$ 15,6 bilhões.
O BNDES já contratou estudos sobre a melhor forma de vender os papéis, mas esperava a conclusão da operação com as ações da Petrobras antes de avançar. Não há definição ainda sobre o modelo nem sobre o prazo para a conclusão do negócio.
A venda de ações faz parte de um processo de desinvestimento do banco, que ao fim do terceiro trimestre de 2019 tinha uma carteira avaliada em R$ 114,4 bilhões —considerando apenas os papéis sob o guarda-chuva do BNDESPar.
Nos últimos meses, foram vendidos papéis da Light e do Marfrig. As ações da Petrobras oferecidas ao mercado eram do próprio banco.
Os investidores se comprometeram a pagar R$ 30 por ação, somando um total de R$ 22 bilhões. Após a oferta, o BNDES permanece com 0,16% das ações ordinárias e 19,05% das ações preferenciais da Petrobras.
O modelo de venda de participações do BNDES é questionado tanto pela AFBNDES (associação que reúne os funcionários do banco) quanto pela Abradin (Associação Brasileira de Investidores).
O presidente da AFBNDES, Arthur Koblitz, diz que a venda de grandes lotes de ações pode reduzir o ganho do banco, ao pressionar os papéis para baixo antes da operação. O preço recebido pelo BNDES na operação desta semana foi 1,57% inferior à cotação do de quarta (5), quando o mercado precificou os papéis.
Nesta quinta, dia em que a Bolsa caiu 0,7%, as ações ordinárias da Petrobras subiram 2,7%, para R$ 31,30.
Aurélio Valporto, da Abradin, diz considerar a operação irregular, por se tratar de “alienação de patrimônio público sem a devida avaliação”.