Dedicou seu trabalho à luta contra a injustiça social
ENEMÉSIO ÂNGELO LAZZARIS (1948-2020)
são paulo O refúgio de Enemésio Ângelo Lazzaris era o sítio da família em Siderópolis (SC). Ele adorava o lugar, que proporcionava descanso e atividades como o plantio e a pescaria. Durante as férias, dedicava horas à pesca de piabas.
De família numerosa —o segundo de dez filhos—, ingressou no seminário aos 12 anos. “Nossos pais trabalhavam na roça e, naquela época, era comum colocar as crianças para estudarem no seminário, mas
Enemésio sempre quis servir a Deus”, relata a irmã, a dona de casa Carmen Lazzaris, 55.
Enemésio estudou filosofia e teologia e fez os votos perpétuos em 1974. Construiu sua trajetória junto à igreja católica ao longo da vida.
Em 2007, foi nomeado bispo da diocese de Balsas (MA) pelo papa Bento 16, quando ainda era vigário-geral da Congregação Dom Orione. Em 29 de março de 2008, foi ordenado bispo na Catedral do Sagrado Coração de Jesus (MA).
“Dom Enemésio deixou profundas marcas por onde passou, como ser humano, religioso, sacerdote e bispo”, destaca a CPT(CoordenaçãoNacionalda Comissão Pastoral da Terra), entidade na qual atuou desde o ano de 2008 como bispo.
Suas qualidades humanas e pastorais tornaram-se conhecidas e admiradas por todo o país. Além de funções importantes na congregação religiosa, exerceu outras no âmbito da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil.
“Enemésio era a doçura em pessoa.Defendiasuasopiniões com firmeza, mas transmitia a paz. Ele nos ensinou a desapegar dos bens materiais, a humildade e entrega total a Deus. Lutou contra a injustiça social e amparou os mais necessitados”, diz Carmen.
Dom Enemésio Ângelo Lazzaris morreu dia 2 de fevereiro, aos 71 anos, de câncer no pâncreas. Deixa nove irmãos.
Aos 69, casado com Maria Santina Moral. Sexta (7/2) às 09h30. Cemitério de Congonhas, rua Ministro Álvaro de Souza Lima, 101, Jardim Marajoara