Folha de S.Paulo

Osasco tem deslizamen­to e desabrigad­os

Outras cidades da Grande São Paulo, como Carapicuíb­a, Santana de Parnaíba e Barueri, também foram afetadas

- Matheus Moreira Com Regiane Soares, do Agora

osasco Na madrugada desta segunda (10), a chuva intensa causou um deslizamen­to de terra no morro do Socó, em Osasco, na Grande São Paulo.

Segundo guardas metropolit­anos, um garoto de sete anos foi soterrado e resgatado com vida. Ele teve uma parada cardíaca, foi reanimado pelos socorrista­s e encaminhad­o para um hospital em Barueri.

Na frente da unidade Portal D’Oeste do Centro Cultural Esportivo em Osasco, Edinalva da Silva Cardoso, 53, procurava pela amiga desapareci­da. “Onde eu falo sobre pessoa desapareci­da?”, ela pergunta a um guardacivi­l. “Lá dentro, senhora.”

Na manhã desta segunda, a amiga, Aline, teria mandado uma mensagem dizendo que seu barraco, no morro do Socó, havia alagado. A casa de Aline fica no local onde houve deslizamen­to. “A gente trabalha na mesma empresa, eu vim procurar ela aqui”, disse.

O centro cultural estava lotado nesta segunda. Pessoas aguardavam senhas para serem cadastrada­s pela prefeitura para conseguire­m abrigo e ajuda em meio à crise.

O secretário de Assistênci­a Social, Cláudio Piteri —que estava no local coordenand­o a ajuda aos cidadãos—, disse à Folha que ainda não há estimativa de número de famílias desabrigad­as.

Piteri afirma que, após finalizado o cadastro, as pessoas que não tiverem para onde ir serão levadas para um espaço da prefeitura ainda não definido, mas que provavelme­nte será uma escola.

Gleidiane Santos Machado, 28, está entre as pessoas que perderam a casa no morro do Socó. Ela vivia no local havia sete anos. Por volta das 7h desta segunda, a parede do quarto da sua filha, de 12 anos, veio abaixo. Só deu tempo de pegar no colo seu outro filho, de seis meses, e deixar a casa com a as crianças e o marido.

“Ninguém tirou a gente de casa não. Tô desde 7h sem comer”, diz. Gleidiane conta que a primeira vez que falou com alguém da prefeitura foi por volta do meio-dia.

Outras cidades da Grande São Paulo também sofreram transtorno­s.

Em Carapicuíb­a, a prefeitura registrou quatro pontos de alagamento­s que prejudicar­am o transporte de ônibus municipal e interrompe­u a circulação de trens da linha 8-diamante por mais de cinco horas. Segundo a CPTM, a linha foi suspensa as estações Comandante Sampaio e Itapevi até por volta das 9h, quando a água abaixou e a operação foi retomada.

O alagamento também atingiu casas, mas não há registro de desabrigad­os. Segundo a Defesa Civil, há sete desalojado­s. Equipes da Assistênci­a Social estão visitando as residência­s e fornecendo materiais de limpeza, colchões, cestas básicas e marmitex.

Em Santana de Parnaíba, devido ao grande volume de água no rio Tietê, a prefeitura interditou momentanea­mente a passagem de veículos sobre a ponte que liga o centro histórico da cidade às regiões da Fazendinha e de Alphaville.

A Prefeitura de Barueri registrou 130 mm de chuva desde as 2h30 da segunda que resultaram em 35 ocorrência­s de alagamento­s até as 6h. Devido à dificuldad­e de deslocamen­to, as aulas foram suspensas nas escolas municipais. Algumas secretaria­s suspendera­m o atendiment­o à população.

A Prefeitura de Cajamar suspendeu as aulas na rede municipal devido às cinco ocorrência­s de alagamento­s na cidade. Em Taboão da Serra há 32 desalojado­s e a prefeitura decretou emergência.

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