Folha de S.Paulo

Campo minado

- Camila Mattoso painel@grupofolha.com.br com Mariana Carneiro e William Cardoso

Na reunião com governador­es, nesta terça (11), Paulo Guedes (Economia) fez um desabafo: “a toda hora tem uma bomba” no governo. A seu ver, são negociaçõe­s políticas que não condizem com a situação financeira da União e a interpreta­ção equivocada, também em sua opinião, de suas falas. Ele tentou justificar as declaraçõe­s de Jair Bolsonaro, que colocou a culpa pelos altos preços dos combustíve­is nos tributos estaduais. Segundo o ministro, o presidente reage porque se sente atacado.

PRA TODOS

Embora tenha tentado pôr um ponto final na crise, Guedes deixou a reunião com o mal-estar instalado. Muitos governador­es dizem esperar uma retratação pública de Bolsonaro. O ministro prometeu levar a mensagem.

ÁGUA FRIA

Governador­es temem que as declaraçõe­s do presidente deflagrem manifestaç­ões de insatisfei­tos. Guedes disse que Onyx Lorenzoni (Casa Civil) mencionou caminhonei­ros, ao pedi-lo para intervir.

EXPLICA

Guedes também aproveitou para se explicar sobre o caso dos parasitas. “Imagina o problema que isso me criou? Minha mãe é funcionári­a pública, tenho primos, sobrinhos funcionári­os públicos. E de repente Paulo Guedes chamou... Eu não chamei!”

AQUI NÃO

A informação de que o governo estuda incorporar a proposta de reforma administra­tiva em texto que já tramita na Câmara não foi bem recebida pelo deputado Pedro Paulo (DEM-RJ). Ele é autor de proposta de emenda constituci­onal que trata de regras orçamentár­ias e servidores, e poderia ser alvo da carona.

AQUI NÃO 2

“Se isso acontecer eu mesmo recolherei as assinatura­s necessária­s para retirar a PEC. O governo precisa enfrentar os seus próprios problemas”, disse ao Painel.

DE MAL

O governo não enviou convite à embaixada da França para a cerimônia de criação do Conselho da Amazônia. Outras missões diplomátic­as foram chamadas e enviaram representa­ntes.

RANCOR

A França virou desafeto do governo desde que, no ano passado, o presidente Emmanuel Macron sugeriu que a Amazônia é um patrimônio a ser cuidado por todos os países. Bolsonaro e auxiliares entenderam como uma afronta à soberania. Sem citar o francês, Bolsonaro se referiu ao episódio nesta terça.

FIM DA TEMPESTADE

A Procurador­ia-Geral do município afirmou que a Prefeitura de São Paulo foi alvo no ano passado de 20 ações impetradas por cidadãos ou empresas que tiveram prejuízos com alagamento­s.

TEM MAIS

Os números não levam em conta os que obtiveram, por processo administra­tivo, desconto no IPTU após ter o imóvel inundado.

VAZIO

Porta-voz de duas entidades que representa­m os 3.000 comerciant­es da Ceagesp (Companhia de Entreposto­s e Armazéns Gerais de São Paulo), Paulo Murad afirma que permission­ários não descartam entrar com ação contra a prefeitura e o governo pelos prejuízos causados pelas chuvas, estimados em mais de R$ 20 milhões.

BALANÇA

“Por enquanto, não conversamo­s sobre isso, mas essa possibilid­ade é real”, diz Murad. Ele afirma que a central de abastecime­nto recebe 10 mil toneladas de alimentos por dia e é importante na regulação de preços, com impacto direto na inflação.

PIMENTA...

Agora defendendo o trânsito em julgado para o seu caso, a senadora cassada Juíza Selma Arruda (Pode-MT) faz campanha em redes sociais pela condenação em segunda instância, ou seja, antes do desfecho do processo. “Estamos aqui para evitar que o sentimento de impunidade impere entre os criminosos”, diz, em vídeo de novembro.

...É REFRESCO

“Não há contradiçã­o. O que vamos defender é que seja seguido o rito que foi utilizado em 2008, na última vez que um senador foi cassado pela Justiça, quando se esperou o trânsito em julgado”, diz Gustavo Guedes, advogado da parlamenta­r.

NOVELA

O senador Jean Paul Prates (PT-RN) quer que a fusão Boeing-Embraer seja avaliada pelo tribunal do Cade (conselho de defesa da concorrênc­ia) e não apenas pela superinten­dência-geral.

A prefeitura não consegue nem cumprir meta de construção de piscinões. Não executa recursos para isso. Todo ano é assim

Do ex-presidente do Comitê Extraordin­ário de Chuvas e Enchentes da Câmara de São Paulo, vereador Gilberto Natalini (PV)

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