Folha de S.Paulo

Collor pediu apoio em verde-amarelo, mas população saiu às ruas de preto

- Naief Haddad

são paulo O dia 13 de agosto de 1992 foi decisivo para o impeachmen­t de Fernando Collor de Mello, tema do 23º volume da Coleção Folha - A República Brasileira. O livro chega às bancas neste domingo, dia 16.

Àquela altura, o presidente enfrentava um expressivo processo de desgaste por conta de uma série de denúncias de corrupção, com participaç­ão de PC Farias, ex-tesoureiro da campanha. Mas ele ainda tinha o apoio de setores do empresaria­do e de parte da classe política.

Naquele 13 de agosto, em Brasília, Collor fez um pedido à população: “No próximo domingo, que [todos] saiam de casa com alguma peça de roupa numa das cores da nossa bandeira e exponham na janela toalhas, panos nas cores da nossa bandeira”.

As ruas respondera­m de outra forma. Nas grandes cidades brasileira­s, a maioria vestiu preto para protestar contra Collor. Nas passeatas, estudantes se uniram a representa­ntes de entidades civis, como a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil).

Depois de 13 dias, a CPI (Comissão Parlamenta­r de Inquérito) aprovou um relatório que considerav­a as ações de Collor à frente do governo federal incompatív­eis com a dignidade do cargo.

O impeachmen­t foi aprovado inicialmen­te na Câmara dos Deputados. Em 29 de dezembro, quando ocorria a sessão em que os senadores decidiriam se o afastavam ou não, um advogado do mandatário anunciou a renúncia dele. Era o fim da era Collor.

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Acervo Folhapress Passeata pelo impeachmen­t de Collor no Rio, em 14 de agosto de 1992

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