PAPA RECEBE LULA EM AUDIÊNCIA NO VATICANO
Em encontro, que durou cerca de uma hora, ex-presidente disse ter conversado sobre ‘um mundo mais justo e fraterno’ e questões ambientais
são paulo | uol O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se encontrou nesta quinta-feira (13) com o papa Francisco no Vaticano. Disse que conversou com ele “sobre um mundo mais justo e fraterno”, incluindo a questão ambiental.
Segundo a assessoria do petista, a reunião durou cerca de uma hora. O Instituto Lula, em sua conta no Twitter,
publicou fotos do encontro e citou a intenção de “discutir e pensar soluções para as injustiças e desigualdades no mundo”.
Lula chegou ao Vaticano por volta das 15h30 (hora local) em automóvel com película escura nos vidros. A Santa Sé informou que não divulgaria comunicado oficial devido ao caráter privado do encontro.
Em entrevista coletiva, Lula afirmou que o papa “quer fazer coisas que sejam irreversíveis, que fiquem para sempre no seio da sociedade”.
“Acho que se todo ser humano, ao atingir os 84 anos, tiver a força, a disposição e a garra que ele tem e levantar temas importantes para o debate, eu acho que a gente pode encontrar soluções [para os problemas do mundo] de forma mais fácil”, disse o expresidente. Por causa da audiência marcada pelo Vaticano, Lula pediu à Justiça Federal do DF que adiasse um depoimento que ele daria no âmbito da Operação Zelotes, inicialmente marcado para terça (11).
O juiz Ricardo Augusto Soares Leite autorizou, e a audiência foi remarcada para a semana que vem, no dia 19. Lula volta ao Brasil no sábado (15).
O encontro de Lula com o papa foi intermediado pelo presidente da Argentina, Alberto Fernández, que se encontrou com Francisco no fim de janeiro.
Questionado sobre questões ambientais, Lula afirmou que não foi ao encontro para discutir especificamente a Amazônia.
Ele disse que leu a exortação (documento em que o papa orienta a igreja) elaborada por Francisco e publicada na quarta-feira no site do Vaticano. Afirmou que concorda com o teor do texto.
O documento foi elaborado após o Sínodo da Amazônia, realizado em outubro passado. Na quarta-feira, Francisco descartou uma das propostas mais polêmicas do encontro: a ordenação de homens casados como padres na Amazônia.
Na exortação, o papa critica governos que têm como bandeiras “não entregar a Amazônia”, caso do brasileiro.
“Para aumentar esta confusão, contribuíram alguns slogans, nomeadamente o de ‘não entregar’, como se a citada sujeição fosse provocada apenas por países estrangeiros, quando os próprios poderes locais, com a desculpa do progresso, fizeram parte de alianças com o objetivo de devastar, de maneira impune e indiscriminada, a floresta com as formas de vida que abriga”, escreveu Francisco.
Segundo interlocutores do PT, Lula proporia conversas relacionadas a redução da fome e da desigualdade.
Com agências internacionais