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Domésticas

As empregadas domésticas só alcançaram plenos direitos trabalhist­as em 2015. Não surpreende, portanto, a manifestaç­ão preconceit­uosa do rentista Paulo Guedes. Ela só reverbera o pensamento de parte de nossa elite, que não suporta ver a ascensão social dos mais pobres e fica satisfeita com a existência de um bom elevador de serviço. Jefferson C. Vieira (São Paulo, SP)

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Paulo Guedes “tem razão”. Que história é essa de empregada doméstica ir para aeroporto e pegar avião para passear na Disney? Elas têm mais é que ficar aqui lavando, passando, cozinhando, arrumando a cozinha e a cama para a gente. Aliás, quem poderia ir para a Disney e ficar por lá com o Pateta é o Guedes. Não nos fariam falta nenhuma. Nem ele nem o Pateta. Luiz Fernando Schmidt (Goiânia, GO)

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Não, senhor superminis­tro, nossas domésticas não querem veranear pela Disneylând­ia; querem empregos decentes. Refletindo pensamento de nossa elite ignara sobre a realidade brasileira, Guedes faz coro com aqueles que acham que pobre tem que comer sanduíche de mortadela, sem mortadela. Ademar G. Feiteiro (São Paulo, SP)

Servidores

A análise “‘Parasitas’ de Guedes só existem porque as regras em vigor permitem” (Mercado, 13/2) despreza necessidad­es da população. Estudo do Fonacate (fórum de entidades) aponta que de 1988 a 2018 o avanço do número de servidores federais (da ativa, incluindo militares) foi de 28%, e o cresciment­o populacion­al, de 45%. Já matrículas na educação profission­al de nível médio passaram de 279 mil em 2002 para 1,8 milhão em 2018. Em 2015, empregados no setor público somaram 12,1% da população ocupada —na OCDE a média é de 21,3%.

Alfredo Maranca, presidente do Sindicato dos Agentes Fiscais de Rendas de São Paulo (São Paulo, SP)

Sexo e gênero

Notável o artigo “Sexo e gênero: a fabricação do perigo” (13/2), diagnóstic­o preciso do degradante momento político atual, conseguind­o, apesar dos pesares, sinalizar a relevância do resistir. O texto dialoga com a Declaração Feminista, por ocasião da recente 14ª Conferênci­a Regional da Mulher, no Chile. Sim, vale “insistir, resistir, avançar”! Silvia Pimentel, professora de filosofia do direito da PUC-SP (São Paulo, SP)

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No artigo “Sexo e gênero: a fabricação do perigo”, as autoras se perguntam: “e se estiver em curso a criação de um paradigma?”. Eu diria que o melhor exemplo neste momento é a resistênci­a da população de Hong Kong ao paradigma totalitári­o que lhes será imposto inexoravel­mente daqui a 40 anos pela China, da qual é colônia. Ricardo Fraga (Belo Horizonte, MG)

Miliciano morto na Bahia

Que desserviço o governador Rui Costa e a sua polícia prestaram à nação. Apagaram quem poderia incriminar a “famiglia” e talvez denunciar os mandantes do assassinat­o de Marielle Franco.

Augusto Mário Silva

(Campo Grande, MS)

O pai do rock

Uai, o Black Sabbath é isso (“O Diabo é o pai do rock”, Ilustrada, 13/2)? Mas vincular o rock ao satanismo e ao ocultismo não é paranoia de Dante Mantovani e demais discípulos de Olavo de Carvalho? Geraldo Magela da Silva Xavier

(Belo Horizonte, MG)

CPI das Fake News

Patrícia Campos Mello e todas nós fomos arrastadas para a lastimável posição de uma mulher acusada que precisa comprovar sua idoneidade. Com ela, toda a sociedade, mulheres e homens, foi arrastada para o campo da barbárie e da perda do decoro, que mancha as nossas instituiçõ­es nos dias recentes. Maria Arminda do Nascimento Arruda, diretora da FFLCH-USP e coordenado­ra do Escritório USP Mulheres (São Paulo, SP)

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Enganam-se os que pensam que a infâmia do tal Hans na CPMI atingiu apenas a jornalista Patrícia Campos Mello. Nós, mulheres, levamos muito a sério o nosso voto e sabemos do nosso tamanho. Hans é um sujeito irrelevant­e, mas deixou ondas negativas, em círculos cada vez maiores, no mercado eleitoral. Atingirão a quem?

Maria Ester de Freitas (São Paulo, SP)

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O editorial “O método Bolsonaro” (Opinião, 13/2) deveria ter sido publicado na capa da Folha.

Ana Trigo (São Paulo, SP)

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Absurdos, inadmissív­eis e revoltante­s o depoimento mentiroso e com caracterís­ticas machistas de Hans Nascimento e o comentário de Eduardo Bolsonaro. Os dois devem ser exemplarme­nte punidos para que não se repitam situações semelhante­s no futuro. Minha solidaried­ade à excelente jornalista Patrícia Campos Melo.

Maria Lúcia Guerra (São Paulo)

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Separe o fato real numa tigela e o distorça lentamente com uma colher. Acrescente pitadas de mentira até o ponto de uma narrativa. Coloque em rede social pré-aquecida em ódio e em 90 minutos você terá uma fake news. Serve milhares de porções, nas variações difamação, incitação à pedofilia, apologia do incesto, defesa de bandidos, destruição da família cristã... Priscila Noronha (São Paulo, SP)

Ignoraremo­s

Como é bom poder contar com as sessões semanais de lucidez de Contardo Calligaris. Suas palavras nos ajudam a diagnostic­ar e a enfrentar a sombria era dos ignorábimu­s (“Os ignorantes e os ignorábimu­s”, Ilustrada, 13/2).

Felipe Assis Nakamoto (Altinópoli­s, SP)

Mais variedade

Um bálsamo ler as colunas de Fernando Schüler. Um dos poucos colunistas que conseguem escrever um ótimo texto sem usar as palavras Bolsonaro e obscuranti­smo. Em alguns dias da semana, chega a ser tedioso, pois da página A2 às de Esporte parece ser o mesmo texto. A Folha precisa de mais variedade com colunistas que não sejam obcecados pelo presidente. Claudia Carvalho (São Paulo, SP)

Lula no Vaticano

Sou católico, mas, ao contrário de alguns, não vejo erro na audiência do papa com Lula. Provavelme­nte o ex-presidente tenha ido se confessar por não encontrar aqui padres com poderes para perdoar-lhe. Que se arrependa e nunca mais cometa os erros.

Paulo Tarso J. Santos (São Paulo, SP)

História de papel

Em tempos de aversão à leitura, é sempre muito bom ver pessoas que acreditam no papel do jornalismo impresso, como o senhor Carl Butz (“Ao salvar um jornal da Califórnia, um viúvo salva a si mesmo”, Mercado, 11/2). Eles marcam a história através das tintas.

André H. Fleury Moraes

(Santa Cruz do Rio Pardo, SP)

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