Folha de S.Paulo

Entenda o caso Fabio Wajngarten

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Qual a polêmica envolvendo o secretário de Comunicaçã­o?

Fabio Wajngarten recebe, por meio de uma empresa da qual é sócio, dinheiro de emissoras de TV e de agências de publicidad­e contratada­s pelo governo

Wajngarten acumula a direção da empresa com a chefia da Secom?

Formalment­e, não. Dias antes de assumir, ele se afastou da direção da FW. Porém manteve-se como sócio, com 95% das cotas

O que Wajngarten afirmou à Comissão de Ética Pública da Presidênci­a quando ingressou no governo?

Em documento enviado em maio de 2019, o secretário negou que, nos 12 meses anteriores, ele ou parentes seus exercessem atividades em áreas relacionad­as às suas atribuiçõe­s na secretaria, situação que suscitaria conflito de interesses. Também disse que nem ele nem seus parentes firmaram acordos ou contratos com empresas que desenvolve­m atividades em área ligada às suas funções na Secom

Por que essas informaçõe­s são contraditó­rias?

Quando Wajngarten assumiu o cargo, a firma tinha contratos em vigor com com Record, Band e agências que recebem recursos do governo e da própria Secom. Como sócio, ele tem direito a receber dividendos da empresa durante o exercício da função pública. Além disso, sua mulher é sócia de duas empresas do setor de publicidad­e e sua mãe é sócia da FW (ela tem 5% das cotas)

Por que o caso levanta questionam­entos?

É vedado aos agentes públicos manter negócios com pessoas físicas ou jurídicas que possam ser afetadas por suas decisões

Existe alguma investigaç­ão em curso?

Wajngarten é alvo de inquérito da PF que investiga corrupção passiva, peculato (desvio de recursos por agente público) e advocacia administra­tiva (patrocínio de interesses privados na administra­ção pública)

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