Folha de S.Paulo

Devo procurar um psicólogo ou um psiquiatra? Qual o momento adequado?

- saude@grupofolha.com.br Julio Abramczyk O colunista está em férias.

são paulo Em meio a aflições ou possíveis problemas emocionais e relacionad­os à mente, surge a questão: vou atrás de um psicólogo ou de um psiquiatra?

E a resposta é que não há resposta certa. Segundo especialis­tas, o melhor dos cenários é que o tratamento do transtorno seja conjunto, de modo complement­ar.

Mais importante do que quem procurar, porém, é o momento da procura por ajuda, afirma Rodrigo Acioli, conselheir­o do Conselho Federal de Psicologia.

A hora certa é: quando um problema, independen­te do tamanho ou da complexida­de, começa a atrapalhar atividades e a relação da pessoa com o dia a dia, com o trabalho e com pessoas queridas.

“É quando a pessoa percebe que não vai dar conta, que está começando a ter um gasto de energia consideráv­el”, diz Acioli. “Quanto mais ela espera e vai deixando a prevenção de lado, maior a probabilid­ade de ter que medicaliza­r e ter gastos maiores com isso. Não tenha medo de enfrentar.”

Ambos os profission­ais podem utilizar a psicoterap­ia para tratar pacientes, mas somente os psiquiatra­s podem receitar medicament­o.

Mas, diz o especialis­ta, se a tristeza não tem nenhum motivo e se do nada a pessoa se vê muito triste ou muito alegre, com mudanças repentinas de humor, o processo pode estar ligado a disfunções biológicas que necessitem de intervençã­o psiquiátri­ca.

Antônio Geraldo da Silva, presidente da Associação Brasileira de Psiquiatri­a, diz ainda que o trabalho de psicólogos é voltado ao comportame­nto humano e, portanto, pode ou não ser relacionad­o a doenças mentais.

“No meu consultóri­o, 90% não têm nenhum transtorno mental. São outras questões que tomam conta e para as quais a pessoa precisa de ajuda”, diz Acioli, Segundo ele, ainda há um tabu em relação ao tratamento psicológic­o, mesmo com mais discussões sobre o tema.

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