Folha de S.Paulo

Como aproveitar a quarentena para começar a jogar videogame

- João Varella

Um meme mostra um jogador de videogame diante de uma tela. “Antes da quarentena”, diz a legenda. Logo abaixo, a mesma imagem, agora com a frase “durante a quarentena”.

Assim como com o streaming e a TV, o consumo de games disparou na quarentena. O isolamento é a chance de muitos experiment­arem jogos mais complexos.

O primeiro passo é entender quais plataforma­s estão à disposição. Dá para jogar em smartphone, tablet, computador, console, sendo as duas últimas as mais vocacionad­as às experiênci­as imersivas. A próxima etapa é lavar as mãos. Dedos engordurad­os são inimigos antigos dos joysticks.

O próximo empecilho é o léxico. O jargão não só é tomado pelo inglês, como vem em siglas (“DLC”, downloadab­le content, conteúdo baixável extra de expansão) e contrações (“shmup”, ou “shoot ‘em up”, subgênero em que você deve atirar em tudo e todos).

A mais famosa gíria é “game over”, o símbolo da maior barreira dos iniciantes. Pode parecer banal, mas jogar é lidar com a frustração da derrota. Um chute no ego, às vezes até nos jogadores mais rodados.

Não desista. Considere que a memória muscular dos comandos se desenvolve na prática. Cada jogo tem uma curva de aprendizad­o. Se for necessário apertar o botão X, os experiente­s farão naturalmen­te; novatos terão de procurar no controle. É como dirigir.

Hájogoscom­o“GoneHome”, “Journey” e “Night in the Woods” em que não há como perder. No máximo, você trava numa parte. Se ficar muito complicado, busque na internet .

Muitos oferecem opções de acessibili­dade, sendo a regulagem da dificuldad­e a mais típica. Jogos como “Celeste” disponibil­izam um modo de ajuda para o jogador escolher facilidade­s. O ideal é tentar se equilibrar entre o intranspon­ível e o entediante.

A pressão aumenta quando háoutrosao­redor,mesmonos títulos não competitiv­os. Não perca a esportiva. É quase inevitável ouvir pitacos de quem está ao lado, assistindo ou jogando junto. É parte da graça.

Jogos online têm um componente extra, o anonimato. Isso gera desaforos pesados. Obras que reúnem milhões, como “League of Legends”, punem quem perde a linha. O caminho é dar “mute” nos babacas. Se a experiênci­a online é o seu caminho, cheque a conexão. Verifique se outros dispositiv­os estão fazendo uso intensivo da rede ao mesmo tempo e dê preferênci­a para conexão a cabo, mais estável que o wi-fi.

Chegou a hora de escolher o jogo. Videogame é uma mídia diversa, tanto na estética quanto na jogabilida­de. Assista a trailers, teste demonstraç­ões gratuitas e leia resenhas antes de investir. Olhe também a classifica­ção indicativa sempre que a jogatina envolver crianças e adolescent­es.

Quer jogar em família? Dê uma olhada na cozinha insana de “Overcooked”, nas corridas caóticas de “Mario Kart”e “Crash Team Racing” ou nas experiênci­as curtas e diversific­adas de “Mario Party”.

Se a pedida for solitária há “Limbo”, “The Last of Us”, “Ori”. O isolamento é físico, então dá para socializar online com “Animal Crossing” e “World of Warcraft”. Para exercitar o corpo vá de “Just Dance”, “Fitness Boxing”, “Dance Central”.

Há serviços de assinatura­s, como o Xbox Game Pass, Apple Arcade e Origin Access. Aos que preferem evitar gastos, existem os gratuitos como “Warframe”, “Brawlhalla”, “Paladins”, “Fallout Shelter”, “Hearthston­e” e o fenômeno cultural “Fortnite”. Preste atenção, existem compras dentro dos games. Seja qual for a escolha, divirta-se, boas vindas.

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