Isolamento ideal mínimo é de 40%, mostra pesquisa
Estimativa é de estudo que cruza dados de mobilidade com a velocidade de transmissão do coronavírus. A maioria dos estados tem mantido índices até maiores.
Um grupo de pesquisadores de algumas das principais instituições de ensino e pesquisa do país está concluindo um estudo que mostra que o isolamento social ideal para conter a pandemia de Covid-19 no Brasil é de 40%.
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Os professores da USP, da Universidade de Brasília, do Instituto Butantan e da Fiocruz cruzaram dados de mobilidade das pessoas em SP e no Rio, nas últimas semanas, com a velocidade de transmissão do novo coronavírus.
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“Achamos claramente os 40% como paradigma”, diz o infectologista Júlio Croda, que integrou a equipe de Luiz Henrique Mandetta no Ministério da Saúde e hoje colabora com o centro de contingência do combate ao coronavírus de SP.
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A maioria dos estados brasileiros já está mantendo um índice de isolamento até ligeiramente maior do que esse —em SP, ele era de 53% na terça (14). No Rio, de 54%.
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“Nós já achatamos a curva [de transmissão do vírus]”, diz ele. “Estou muito esperançoso. Se mantivermos o que conquistamos [até 55%, em média, de isolamento], vamos passar bem por essa pandemia”, diz Croda.
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“Os dados reforçam que, se persistirmos no isolamento atual, talvez não precisemos de medidas mais restritivas. Não vamos precisar radicalizar e a economia vai poder sobreviver de alguma forma”, afirma ele.
rédea
Qualquer relaxamento nos níveis atuais de restrição —em que comércio, escolas e universidades seguem fechadas, e eventos, proibidos— fará a transmissão de Covid-19 crescer de novo. “Não podemos alterar nada do que ocorre hoje”, diz o médico.
média
Croda cita outros dados, que não vão ser incluídos no estudo, mas que ilustram a situação no Brasil: o isolamento nas classes A e B chega a 70%; nas D e E, a 40%.
onda
Ele acredita que o fato de a Covid-19 ter se disseminado antes em regiões de alta renda ajudou a conter a onda explosiva de contaminações: o isolamento nelas foi eficiente, retardando a chegada da doença à periferia, onde ele é mais difícil de ser efetivado.
freio
A estrutura hospitalar nestes locais também conseguiu dar suporte aos pacientes, salvando muitas vidas e evitando explosão ainda mais trágica no número de mortos.
força
No Brasil, diz ele, o número de leitos de UTI no sistema privado, que atende aos mais abastados, é de 48 para cada 100 mil habitantes —maior do que o da Itália, com 13,5 leitos para 100 mil habitantes. Ou que o da França, com 11 leitos para 100 mil habitantes.
alô
Emissários de Jair Bolsonaro, como o chefe da Secom (Secretaria Especial de Comunicação Social), Fabio Wajngarten, entraram em contato com a AMB (Associação Médica Brasileira) para sondar a receptividade ao nome do oncologista Nelson Teich para substituir Mandetta na Saúde.
por favor
A Confederação Nacional de Saúde pediu à Anac, a agência de aviação civil, um protocolo específico para cargas de saúde durante a crise do coronavírus.
entrave
O setor tem enfrentado dificuldades com o aumento no valor cobrado pelo frete e o cancelamento de voos —muitas vezes, com produtos embarcados. A imprevisibilidade afeta amostras biológicas para diagnósticos, que podem ser perdidas, e a produção de remédios.
parceria
A Anac sugeriu uma coordenação com o Ministério da Justiça para o transporte por aeronaves das PMs e dos corpos de bombeiros.
corrente
A empresária Lucilia Diniz estreia neste fim de semana uma coluna quinzenal na revista Veja. Em seu primeiro texto, ela falará que percebe em líderes empresariais uma compreensão maior, em meio à crise do novo coronavírus, sobre os benefícios de realizar boas ações.
mão na massa
A Prefeitura de SP vai instalar 100 pias sanitárias até o fim de maio na entrada de comunidades carentes da cidade como medida para conter a Covid-19. Nesta sexta (17), serão instaladas sete pias em sete comunidades da zona sul de SP: Babilônia, Beira Rio, Alba, Souza Dantas, Henrique Mindlin, Taquaritiba e Vietnã.