Senado declara perda de mandato da Juíza Selma, a ‘Moro de saia’
brasília Quatro meses após a decisão da Justiça, a Mesa Diretora do Senado decidiu nesta quarta-feira (15), por 4 votos a 1, declarar a perda de mandato da Juíza Selma (Podemos-MT).
Selma Arruda teve o mandato cassado na primeira quinzena de dezembro pela Justiça Eleitoral, por abuso de poder econômico e uso de caixa dois na campanha eleitoral de 2018.
Com 678,5 mil votos, a senadora se elegeu pelo PSL adotando um forte discurso de combate à corrupção, o que lhe rendeu o apelido de “Moro de saia” —em referência a Sergio Moro, exjuiz da Lava Jato e ministro da Justiça do governo Jair Bolsonaro (sem partido).
Posteriormente, Selma migrou para o Podemos.
Diante da decisão, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) determinou a realização de novas eleições para o cargo, que estão previamente marcadas para o final deste mês. O afastamento da senadora de suas funções legislativas, contudo, ainda dependia do aval da Mesa Diretora da Casa.
Em nota, ela disse que recebeu a notícia com respeito e tranquilidade.
“Selma acredita que vontades políticas com evidentes intenções obscuras prevaleceram no seu julgamento, o que fere a soberania do sufrágio popular e a obediência aos princípios do contraditório e ampla defesa”, afirma o texto.
“A partir de agora, Selma irá se dedicar à advocacia e lutar para que outros cidadãos não tenham seus direitos cerceados como ocorreu no seu caso.”
A reunião que decidiu pela perda do mandato foi realizada de forma virtual, regra que tem sido seguida pelo Senado desde que foi decretado estado de calamidade devido à pandemia do novo coronavírus.
Votaram a favor do afastamento os senadores Sérgio Petecão (PSD-AC), Antônio Anastasia (PSD-MG), Eduardo Gomes (MDB-TO), Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) e Luiz Carlos Heinze (PP-RS).
O único voto contrário foi de Lasier Martins (Podemos-RS).