Para 64%, demitir Mandetta foi erro
Ex-ministro deixa o governo com 70% de aprovação, e avaliação de Bolsonaro ganha fôlego, aponta pesquisa Datafolha
A demissão de Luiz Henrique Mandetta do Ministério da Saúde pelo presidente Jair Bolsonaro, em meio à pandemia do novo coronavírus, foi reprovada por 64% dos brasileiros, mostra pesquisa do Datafolha feita ontem por telefone. O levantamento aponta empate técnico entre os que acreditam que a condução da emergência sem Mandetta vá piorar (36%) ou melhorar (32%).
O ex-ministro, substituído pelo oncologista Nelson Teich na quinta-feira (16), sai do governo federal com forte avaliação positiva (70%).
A sondagem revelou ainda um estancamento na erosão da imagem do presidente como gestor da maior crise de saúde pública deste século. Sua aprovação oscilou positivamente, dentro da margem de erro, de 33% em 1º a 3 de abril para 36% agora.
Bolsonaro continua mais reprovado por mulheres (41%), mais ricos (48%) e mais instruídos (46%). Governadores permanecem bem avaliados —54% ótimo ou bom. O índice, contudo, oscilou para baixo, dentro da margem, ante a pesquisa anterior (58%).
são paulo A demissão de Luiz Henrique Mandetta do Ministério da Saúde pelo presidente Jair Bolsonaro, em meio à crise da pandemia do novo coronavírus, foi reprovada por 64% dos brasileiros. É o que mostra pesquisa do Datafolha feita nesta sexta (17).
O levantamento aponta um empate técnico entre aqueles que acreditam que a condução da emergência sanitária pelo Ministério da Saúde sem Mandetta irá piorar (36%) ou melhorar (32%).
O agora ex-ministro foi demitido na quinta (16) e passou o cargo para o médico oncologista Nelson Teich.
O Datafolha ouviu 1.606 pessoas por telefone, para evitar contato pessoal durante a pandemia. A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou menos.
A pesquisa mostrou um estancamento na erosão da imagem do presidente como gestor da maior crise de saúde pública deste século.
Sua aprovação oscilou positivamente, dentro da margem de erro, de 33% no levantamento feito de 1º a 3 de abril para 36% agora.
Assim, os satisfeitos empatam tecnicamente com os descontentes, que eram 39% e agora são 38%. O patamar de quem acha o desempenho presidencial ruim ou péssimo estabilizou-se em nível acima do registrado na primeira pesquisa sobre a crise, feita de 18 a 20 de março: 33%.
Para 23%, o trabalho do presidente é regular, o mesmo nível (25%) da rodada anterior.
Os parâmetros de desaprovação e aprovação do presidente seguem semelhantes. Ele é mais reprovado por mulheres (41%), mais ricos (acima de dez salários mínimos, 48%) e mais instruídos (com curso superior, 46%). A dicotomia entre estudantes, categoria com 62% de reprovação, e empresários, com 25%, também se mantém.
Questionados se Bolsonaro tem capacidade para continuar liderando o país, 52% acham que sim e 44%, que não.
Novamente, homens são mais favoráveis ao mandatário, com 58% de “sim”, número igual ao registrado entre moradores da região Sul, seu principal reduto eleitoral.