Folha de S.Paulo

Ministro do STJ nega suspender investigaç­ão de Flávio Bolsonaro

- Italo Nogueira

rio de janeiro O ministro Felix Fischer, do STJ (Superior Tribunal de Justiça), negou nesta sexta-feira (17) pedido do senador Flávio Bolsonaro (Republican­os-RJ) para suspender as investigaç­ões sobre “rachadinha” em seu antigo gabinete na Alerj (Assembleia Legislativ­a do Rio de Janeiro).

O pedido da defesa do filho do presidente era um recurso à decisão da 3ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio. Em fevereiro, a maioria dos desembarga­dores do colegiado entendeu que não houve quebra ilegal dos sigilos bancário e fiscal de Flávio no início da investigaç­ão.

Os advogados de Flávio afirmam haver ilegalidad­es na decisão do juiz Flávio Itabaiana, de primeira instância, que determinou a quebra dos sigilos bancário e fiscal em abril.

Entre os questionam­entos do senador estava suposta falta de fundamenta­ção. A justificat­iva de Itabaiana para a quebra de sigilo tomava um parágrafo do documento, enquanto adotava as razões expostas pelo Ministério Público em 87 páginas. Ao quebrar os sigilos de outras oito pessoas, em junho, Itabaiana refez a decisão, detalhando as razões para autorizar a medida.

Por 2 a 1, a Câmara decidiu manter a decisão de Itabaiana. Fischer também reafirmou a decisão.

Flávio é investigad­o desde janeiro de 2018 sob suspeita de recolher parte do salário de seus funcionári­os na Alerj, de 2007 a 2018, quando era deputado estadual.

A apuração começou após relatório do antigo Coaf, órgão de inteligênc­ia financeira hoje ligado ao Banco Central, indicar movimentaç­ão financeira atípica de Fabrício Queiroz, seu ex-assessor e amigo do presidente Bolsonaro.

Além do volume movimentad­o, de R$ 1,2 milhão em um ano, chamou a atenção a forma das operações: depósitos e saques em dinheiro vivo em datas próximas do pagamento de servidores da Assembleia.

Queiroz afirmou que recebia parte dos valores dos salários dos colegas de gabinete. Ele diz que usava esse dinheiro para remunerar assessores informais de Flávio, sem conhecimen­to do então deputado estadual. A sua defesa, contudo, nunca apontou os beneficiár­ios finais dos valores.

A Promotoria apura suspeitas de peculato, ocultação de bens, lavagem de dinheiro e organizaçã­o criminosa.

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Pedro Ladeira/Folhapress O senador Flávio Bolsonaro na posse do ministro da Saúde no Planalto, nesta sexta-feira

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