Má notícia
Enquanto empresários ainda repercutiam, na noite de quinta (16), se a queda de Mandetta seria boa ou ruim para apaziguar a crise política que mancha a imagem do país internacionalmente, alguns deles começaram a receber uma notícia de Brasília que os impactaria diretamente. Eram rumores de que nesta sexta (17) os parlamentares votariam a tramitação em regime de urgência do projeto de lei que obriga empresas bilionárias a emprestar dinheiro ao combate do coronavírus.
BOA NOTÍCIA
No fim da noite, porém, souberam que a urgência do projeto de lei complementar do deputado Wellington Roberto (PL-PB) só entra na pauta na quarta (22).
ME EMPRESTA
Pela proposta, seria estabelecido um empréstimo compulsório que autorizaria o governo a cobrar até 10% do lucro líquido de 2019 para as empresas com patrimônio líquido de ao menos R$ 1 bilhão. E os recursos seriam destinados às despesas urgentes da calamidade pública.
COFRE
Preocupados em ter que oferecer dinheiro ao governo em tempos de arrocho, empresários ouvidos pela coluna dizem que vinham apostando no fracasso do projeto, que chamam de confisco. Daí o susto quando perceberam que o plano está andando.
DEU NO NEW YORK TIMES
Um deles já antecipava manchetes imaginárias no exterior: “congresso brasileiro vota empréstimo compulsório”, o que, na opinião dos empresários alvo da medida, seria dramático para a imagem do país entre investidores estrangeiros.
ALÍVIO
No mês passado, empresários aproveitaram uma videoconferência com Paulo Guedes para questioná-lo sobre o tema. Ouviram dele que o governo está injetando liquidez na economia, portanto, não é hora de elevar imposto.
INADIÁVEL
Procurada, a Câmara diz que, segundo seu regimento interno, o pedido para votar um projeto em regime de urgência pode ser feito quando se trata “de relevante e inadiável interesse nacional, a requerimento da maioria absoluta dos deputados”.
CIFRA
Se a lei passasse, o Itaú, que já anunciou a doação de R$ 1 bilhão para ajudar na luta contra a doença, seria obrigado a emprestar até R$ 2,8 bilhões ao governo, porque lucrou mais de R$ 28 bilhões.
TIO PATINHAS
Chegaram neste ano ao Congresso 13 novos projetos para tributar grandes fortunas, segundo estudo do Insper. No total, tramitam 37 propostas com o objetivo, a maioria delas é de parlamentares do PT (10) e do PSDB (5).
ECONOMIA
O Ministério da Infraestrutura encerrou contrato de aluguel dos escritórios de duas secretarias nacionais, a de aviação civil e a de portos e transportes aquaviários. A partir de maio, elas serão transferidas ao anexo do edifício sede da pasta, na Esplanada dos Ministérios.
METRO QUADRADO
Segundo a pasta, a mudança vai poupar R$ 11,6 milhões por ano, fora a economia com o deslocamento de funcionários.
NUTRIÇÃO
Depois de ouvir relatos sobre a dificuldade de contemplar a proteína animal nas cestas básicas e marmitas que estão sendo distribuídas por causa da pandemia, a empresária Mariana Falcão, dona da Mr. Veggy, resolveu fazer uma campanha entre doadores para incentivar a distribuição de carne de soja.
MISTURA
O produto não faz parte do portfólio da Mr. Veggy, mas ela começou a temperar e embalar para distribuir. Além de cara, a proteína animal é mais difícil de transportar e armazenar. “Colocar uma lata de atum ou sardinha na cesta é pouco para uma família grande. A soja hidrata em casa e rende três vezes mais”, afirma Falcão.
BOLETO
Na semana da Páscoa, cerca de 70% das transações na plataforma Cash’in foram pagamento de conta. Segundo a startup, que atua na transferência de incentivos de empresas a funcionários, o comportamento foi bem diferente do Natal, quando 80% do uso dos recursos foi em compras pela internet. A maioria dos usuários são das classes C, D e E.
CRACHÁ
Cerca de 55% das agências de marketing e eventos dizem que têm previsão de demitir no curto prazo, segundo a Ampro (associação do setor). Entre os que estimam fazer cortes, 35% afirmam que a redução será de até 25% do pessoal, 15% podem demitir até 50% e 6% podem dispensar mais de 50% do quadro.
BOLSO
As medidas econômicas anunciadas pelo governo na pandemia, como a possibilidade de adiar o recolhimento do FGTS, foram insuficientes para 51,4% dos entrevistados.