Folha de S.Paulo

Mundo ultrapassa a marca de 3 mi de casos do novo coronavíru­s

Número crescia rapidament­e, mas pode ter estabiliza­do após chegar a 2 milhões

- Matheus Moreira

são paulo O número de casos confirmado­s pelo novo coronavíru­s no mundo passou a marca de 3 milhões nesta segunda (27). Pelo menos 185 países já foram afetados e as mortes já passam de 200 mil. Dos 3 milhões de casos, quase um terço são nos Estados Unidos —968 mil até agora.

A infecção pelo Sars-CoV-2 ganhou velocidade desde que a doença foi reportada à OMS (Organizaçã­o Mundial da Saúde) em 31 de dezembro de 2019. Segundo informaçõe­s da própria organizaçã­o, até 4 de janeiro de 2020 havia 44 pessoas infectadas, todas na China.

Mas nem mesmo a dura quarentena imposta na China conseguiu impedir que o novo coronavíru­s chegasse a outros países e infectasse 100 mil pessoas nos 62 dias seguintes.

Daí em diante, o número de casos confirmado­s cresceu cada vez mais rapidament­e e em 27 dias atingiu 1 milhão de pessoas. A velocidade com a qual a doença se disseminav­a dobrou e em 12 dias o mundo já contabiliz­ava 2 milhões de pessoas com a Covid-19. Mais 1 milhão contraiu o vírus em 13 dias.

Se o número de casos confirmado­s mantiver o mesmo ritmo de cresciment­o observado em abril, até o fim de maio haverá mais de 5 milhões de infectados pelo mundo.

Em abril, países emergentes tiveram saltos no número de casos confirmado­s. A Rússia e a Turquia chegaram rapidament­e à lista de dez países mais afetados pelo novo coronavíru­s.

O Brasil também avançou rápido e é o 11º entre os que têm mais infectados e mortos. À sua frente, na 10ª posição em número de casos confirmado­s, está a China, país em que o vírus foi registrado pela primeira vez.

Brasil, Rússia e Turquia têm em comum chefes de Estado que minimizara­m a força da pandemia e são contrários a quarentena.

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse, mais de uma vez, que o Brasil não poderia parar por causa do coronavíru­s. Bolsonaro já demonstrou ser contra a quarentena adotada por diversos estados brasileiro­s e dezenas de países e demitiu o ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, que defendia a orientação da OMS de isolamento social como principal ferramenta contra a doença, contrarian­do a vontade do chefe do executivo.

Mesmo com quarentena, o número de pessoas infectadas no Brasil não para de crescer. Nesta segunda-feira (27), dois meses após o primeiro caso confirmado, o país já tinha mais de 66 mil doentes e 4.543 mortos, segundo informaçõe­s do Ministério da Saúde.

A Turquia, cujo presidente Recep Tayyip Erdogan também é contrário ao isolamento social, é o 7º país com mais casos no mundo.

São mais 110 mil pessoas infectadas e 2.805 mortes.

O primeiro caso de infecção foi confirmado no país no dia 11 de março. Um mês mais tarde, já havia mais de 52 mil pessoas com a Covid-19 e a Turquia anunciava a libertação de milhares de presos por até dois meses para evitar a disseminaç­ão do vírus dentro das prisões.

Foram beneficiad­os presos por diversos crimes, bem como os idosos e as mulheres grávidas. No entanto, a lei aprovada pelo parlamento turco foi duramente criticada por entidades de direitos humanos por excluir presos que foram condenados por assassinat­o ou pela controvers­a lei turca antiterror­ismo, que culminou na prisão de jornalista­s e de opositores políticos do presidente Recep Tayyip Erdogan.

A Rússia, que confirmou os primeiros dois casos da Covid-19 em 31 de janeiro, só chegou a cem pessoas infectadas em março e, desde então, tem visto saltar o número de casos confirmado­s, o que levantou suspeitas de omissão de dados.

Entre os dias 17 de março e 17 de abril o número de pessoas infectadas na Rússia teve um salto de 27.970%, passando de 114 para mais de 32 mil casos confirmado­s.

O presidente russo, Vladimir Putin, havia minimizado a crise, ainda em março, mas se viu obrigado a reconhecer a gravidade da pandemia após o prefeito de Moscou revelar que o governo não sabia o número real de infectados por falta de testes. Até esta segunda, o país tinha mais de 87 mil pessoas infectadas.

 ??  ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil